• Carregando...
“Em janeiro de 2014 pretendemos estar com tudo diferente” | Roberto Custódio/Arquivo JL
“Em janeiro de 2014 pretendemos estar com tudo diferente”| Foto: Roberto Custódio/Arquivo JL

O prefeito Alexandre Kireeff (PSD) completa 200 dias tendo que cancelar uma das provas do concurso da saúde, situação que provoca um desgaste que ele diz que não gostaria, mas terá que enfrentar. Depois de passar os primeiros 100 dias "apagando incêndios", a gestão trabalha agora no que Kireeff chama de medidas "estruturantes". Momento que o prefeito avalia como "conflituoso": em primeiro lugar, porque confronta interesses e, em segundo, porque ele "é de difícil percepção para a população". Além disso, os resultados só aparecem no médio prazo.

Para este segundo semestre, Kireeff pretende anunciar novas empresas que devem se instalar em Londrina, além de mudanças no transporte coletivo, com o que chama de "cesta de tarifas" para os usuários - quem andar de ônibus fora dos horários de pico paga menos. Por fim, nessa entrevista concedida ao JL, Kireeff afirmou que o momento ideal para comparar o que a sua gestão tem feito é janeiro de 2014. "É uma boa data para fazer comparação."

Confira a íntegra da entrevista:

JL – Quando completou 100 dias de mandato o senhor disse que a primeira fase era apagar incêndios. Depois de mais 100 dias, do que vocês conseguiram dar conta?

Alexandre Kireeff – As coisas estão em andamento, os processos estruturantes foram iniciados. Eu poderia dizer que um avanço importante se deu na Secretaria de Obras. Todo aquele atraso de projetos já é coisa do passado. O Agiliza Obras que pretendia trazer a aprovação de projetos de 7 meses para 15 dias, hoje em 2 dias está aprovando os projetos. Esse funcionou muito bem. O processo do Agiliza Ippul, esse não, ainda está em implementação, ainda não conseguiu chegar a termo. Tem outros passos importantes na saúde e na educação. Hoje [ontem] de manhã eu apresentei o planejamento de recape asfáltico dos quatro anos do governo para os vereadores.

JL – Essa fase de transição está sendo problemática...

Kireeff – É conflituosa. Esse momento de transição é de difícil percepção para a população, porque ela é meio, não é fim. Implementar mudanças gera insatisfação quando interesses são afrontados, então é um momento de muito trabalho de estruturação e não é de entrega imediata. Não tem nada a ver com começo de governo, que é muito rápido. Você fecha lá a ponte da Avenida Castelo Branco, resolve o problema crônico da Avenida Duque de Caxias, consegue abrir a UPA que está há um ano enroscada. Essas questões são de alto impacto, de resolução rápida, mas que não são estruturantes. O momento agora é o da estruturação, de baixo impacto na interface com a população e às vezes há perda nesse processo direto com a população, mas que estruturam para o futuro. É o momento de muito trabalho e pouquíssima visibilidade. Ela está preparando o futuro.

JL – E quando o senhor acredita que começará a colher os frutos?

Kireeff – Tem que comparar. Em janeiro de 2014 é uma boa data para fazer comparação com janeiro de 2013, as condições da saúde, educação, gestão pública, nos serviços terceirizados. Hoje vivemos talvez o maior volume da história de Londrina de licitações de serviços terceirizados importantes. Estou falando de lixo, varrição, merenda, transporte rural e devo estar esquecendo de algum importante também. Tudo isso pretendemos estar com tudo em janeiro totalmente diferente em janeiro de 2014.

JL – São licitações importantes...

Kireeff – São as mais emblemáticas, que foram objeto de muito questionamento da sociedade a respeito da lisura desses processos, porque vem numa sequência de muito tempo de caráter emergencial.

JL – O que esperar do Plano Plurianual que o senhor está preparando?Kireeff – Há modificação no que se refere a prioridades. Claramente vamos priorizar saúde, educação e esses recursos humanos. Vamos dar atenção especial a isso e na questão dos investimentos. Pretendemos recuperar os investimentos em infraestrutura urbana, focado em mobilidade urbana, isso é muito importante.

JL – Neste primeiro ano, o senhor tem dito que é de casa em ordem. As políticas de desenvolvimento econômico como estão?

Kireeff – Temos uma série de empresas para anunciar. A Compagas está instalada, colocando a tubulação. Nós tínhamos viabilizado em fevereiro. A Atos [empresa de tecnologia da informação] já está funcionando também. Eu vinculo a doação do terreno do Instituto Tecnológico Federal do Paraná (ITFPR), que no segundo semestre deve começar a construir. Porque quando se fala em desenvolvimento econômico tem que pensar em desenvolvimento de recursos humanos. E nós devemos anunciar em agosto uma série de empresas que já tomaram a decisão de investir em Londrina. Porque se não tiver desenvolvimento econômico não amplia a base de arrecadação, circula menos dinheiro e a gente não consegue entregar o serviço. Continuamos focados nisso.

JL – Então não se perdeu esse foco? Porque a sua gestão tem falado muito em estruturação da Prefeitura...

Kireeff – Quando falamos em gestão técnica é botar as contas em ordem. A nossa meta é chegar ao final do ano sem precisar fazer nenhum tipo de Profis, coisa que há muito tempo não acontece. No ano passado faltaram R$ 90 milhões para fechar a conta. JL – Um assunto bastante presente nesse começo de gestão foi o transporte coletivo.

Kireeff – Sempre tive entendimento de que a mobilidade urbana era algo extremamente importante. Nós pegamos a Prefeitura com uma tarifa que fazia dois anos que ninguém analisava com respeito pelo processo como um todo. Fizemos as análises, decretamos a tarifa que se fazia necessária na ocasião. Na sequência tivemos desonerações do diesel e do PIS e Cofins e aplicamos imediatamente. Estamos desenvolvendo melhorias no sistema. As de curto prazo envolvem questões operacionais, em relação a uma dinâmica na operação do transporte. Nós pretendemos criar uma cesta de tarifas que estimule o uso em horários alternativos e não no horário do rush. E no longo prazo os investimentos que estão previstos no PAC. Se não trabalharmos na mobilidade urbana a cidade vai parar. JL – Essa cesta de tarifas sai quando?

Kireeff – Em até 45 dias pretendemos finalizar para poder anunciar.

JL – Essa escorregada do concurso da saúde, numa administração que prioriza um discurso técnico...

Kireeff – Uma operação de alto risco, mas só tinha essa alternativa. Esse compromisso para contratação desses profissionais até agosto foi feito há dois anos e as providências relativas a essa contratação criou o impedimento de fazer com uma empresa terceirizada. Não haveria tempo hábil para fazer uma licitação para alguém fazer o concurso. Vamos enfrentar não tem outro caminho, tem que enfrentar. Enfrentamos com as armas que tínhamos e tem essa questão que é lamentável, mas está sendo enfrentada da maneira correta, mas vamos fazer até ficar certo.

JL – Há um desgaste político.

Kireeff – Esse desgaste é importante, eu não minimizo. É pesado, nós não gostaríamos de passar, mas faz parte do jogo. Essa é a Prefeitura que nós temos. O cenário que sabíamos que teríamos que enfrentar. Vamos de cabeça erguida enfrentar de novo, não há porque não reconhecer que é realmente lamentável, mas também não há porque não enfrentar isso aí.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]