O deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) confirmou neste sábado a desistência de ocupar o ministério da Agricultura. "Recebi muita pressão", afirmou ao site de notícias G1. O deputado disse que está "triste" pelas calúnias que diz ter sofrido nos últimos dias e acusou seus adversários pelas acusações que o levaram a desistir da indicação.
Em carta entregue ao presidente do PMDB, Michel Temer, nesta tarde, Balbinotti pede que seu nome seja retirado das indicações do partido. "Agradeço a honrosa lembrança do presidente da República, aos companheiros da bancada e o todos que o apoiaram nessa indicação", diz. "Sobre os fatos levantados pela imprensa, não serei vil. Responderei a todos e os esclarecerei, como tenho feito em toda minha vida, que sempre foi pautada de total transparência", afirma.
O recuo de Balbinotti atende a um desejo do comando do PMDB que torcia para que ele anunciasse por conta própria a desistência em ser ministro. Maior produtor de sementes de soja do país, Balbinotti perdeu força depois que descobriu-se que ele era investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) num processo sigiloso.
A situação do deputado tornou-se mais delicada após reportagem do jornal O Globo neste sábado que trouxe documentos que revelam que ele teria usado ex-empregados de sua empresa como "laranjas" numa operação financeira.
Substituto
O comando do PMDB já estuda um novo nome para apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima segunda (19) para substituir Balbinotti. O favorito é o deputado Waldemir Moka (PMDB-MS).
Moka constava na lista de cinco parlamentares entregue a Lula pelo PMDB para escolher o novo ministro da Agricultura. Além de Moka e Balbinotti, estavam nesta relação Tadeu Filippelli (DF), Eunício Oliveira (CE) e Fernando Diniz (MG).
Um integrante da cúpula do partido disse ao site de notícias G1 neste sábado que Moka é o "trunfo" do PMDB para abafar a crise envolvendo a indicação de Balbinotti.
