
Uma semana após a escolha do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, integrantes da bancada do PSC vão se reunir para discutirem o impacto da indicação. A reunião foi convocada pelo líder da bancada na Câmara, André Moura (SE), e deve ocorrer hoje.
Por meio de nota, o líder do partido lamentou as reações ocorridas contra o pastor nas redes sociais e em manifestos realizados em várias cidades nmo fim de semana. "Sinto que é preciso dialogar. Temos plena confiança que o deputado Feliciano desempenhará o cargo com eficiência e respeito a todas as correntes de opinião. Contudo, a Câmara dos Deputados e o PSC precisam estar em sintonia com o sentimento da sociedade brasileira", disse Moura.
A possibilidade de Feliciano deixar a presidência da comissão, no entanto, não é cogitada por todos do partido. Por meio da assessoria, o vice- presidente nacional do PSC, Everaldo Pereira, disse que o partido manterá Feliciano no comando do colegiado e que o assunto está encerrado.
Contra-ataque
Para hoje também está prevista uma reunião entre deputados contrários à indicação de Feliciano. No encontro, os parlamentares estudam fazer um requerimento questionando o processo de escolha do deputado, ocorrido na última quinta-feira, e pedindo que seja feita uma nova votação.
Seguindo essa linha, o ex- ministro da Secretaria dos Direitos Humanos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo Vannuchi, afirmou ontem que considera um "erro lamentável" a condução do deputado à presidência da comissão e defendeu a saída de Feliciano do cargo. "As coisas são reversíveis. É preciso dialogar com o presidente da Câmara, para sensibilizar que é ruim esse ambiente", afirmou.Vannuchi defendeu uma "renegociação dos titulares de comissão" na Câmara. Para ele, Feliciano tem um "passivo de declarações problemáticas".
Processo
O deputado é réu no STF em um processo em que é acusado de homofobia por um texto divulgado em seu Twitter. "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição", escreveu o parlamentar. Quanto a essa questão, o pastor tem respondido que foi mal interpretado. "Não sou homofóbico, estou sendo mal interpretado. Peço apenas que me deem uma chance. Não fiz mal algum a ninguém e, se alguém acha que fiz, que me perdoem pelo mal entendido."




