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investigação

Bancada do PT acusa Gilmar Mendes de ser “militante da direita brasileira”

Presidente do TSE retomou investigação que pode resultar na cassação do registro do partido

Deputado Afonso Florence, líder da bancada do PT: Gilmar Mendes age com “seletividade” | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Deputado Afonso Florence, líder da bancada do PT: Gilmar Mendes age com “seletividade” (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A bancada de deputados federais do PT divulgou neste domingo (7) uma nota em que acusa o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, de não estar à altura do cargo e de ser um “militante da direita brasileira”.

As críticas são uma reação à decisão de Mendes de retomar a tramitação, no tribunal, da apuração para saber se o PT foi financiado por dinheiro desviado da Petrobras.

“Ao pedir a cassação do registro do Partido dos Trabalhadores, Mendes tira de vez a toga e assume o papel de militante da direita brasileira”, afirma a nota, assinada pelo líder da bancada da sigla na Câmara, Afonso Florence (BA).

No texto, o PT diz ainda que Mendes age com “seletividade” e fecha os olhos para acusações similares contra outros partidos políticos.

“Ao acusar o PT de ter se beneficiado de recursos desviados da Petrobras, Gilmar Mendes evidencia sua seletividade, já que outros grandes partidos, como o PSDB, PMDB, DEM e PP, também receberam recursos de empresas investigadas na Operação Lava Jato. Sobre esses partidos, cala-se, como sempre, o presidente do TSE, que enxerga problemas no sistema democrático brasileiro apenas quando se trata do PT.”

O partido diz ainda que o ministro, indicado ao cargo pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, faz jus à acusação de que atua partidariamente. “Ele não está à altura do cargo que ocupa. (...) Ao pedir agora a cassação do registro do PT, o ministro faz jus aos que o chamam de ‘tucano de toga’ do STF. O nosso Judiciário precisa de magistrados, não de militantes políticos.”

Investigação

O pedido de abertura de investigação para apurar a suspeita de doações ilegais de R$ 52 milhões para campanhas do PT foi encaminhado à presidência do TSE em setembro de 2015, em decorrência de uma manifestação de Gilmar, relator da prestação de contas de Dilma Rousseff.

Mendes assumiu a presidência do TSE há três meses. Sua assessoria afirma não ter localizado o ofício de setembro de 2015 que pedia providências ao então presidente do TSE, Dias Toffoli. De acordo com o documento, também não foram adotadas providências para a apuração das possíveis irregularidades. Mendes, então, autorizou a reconstituição do processo.

Se as suspeitas foram comprovadas, O PT pode ser punido até mesmo com a perda do registro.

A reportagem não conseguiu falar com a assessoria de Gilmar Mendes na noite deste domingo.

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