
Num encontro tenso com representantes das três principais associações de juízes do país, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, afirmou ontem que os novos Tribunais Regionais Federais (TRFs) criados há uma semana foram aprovados de forma "sorrateira" e na "surdina".
Na reunião, Barbosa afirmou que as sedes destes TRFs serão construídas em "resorts e grandes praias".
A Câmara aprovou na semana passada uma emenda à Constituição que criará mais quatro TRFs no país um deles terá a sede no Paraná. As entidades foram favoráveis, mas Barbosa trabalhou contra a proposta alegando custos altos para o Judiciário.
Estavam no gabinete do ministro os presidentes da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Nino Toldo; da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra; e da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), João Bosco de Barcelos Coura, além de três outros juízes dirigentes das entidades.
O clima ficou tenso quando Barbosa disse que "foi tudo feito a base de conversas de pé de ouvido".
Ele então foi interrompido pelo vice-presidente da Ajufe, Ivanir César Ireno Júnior, que afirmou ter havido debate sobre o tema no próprio CNJ, que Barbosa preside.
"Pelo que eu vejo, vocês participaram de forma sorrateira na aprovação dos TRFs", ironizou Barbosa. "Sorrateira não, ministro. Democrática e transparente", disse Ireno Júnior.
"O senhor abaixe a voz que o senhor está na presidência do Supremo Tribunal Federal", disse Barbosa. O juiz disse que não estava gritando. "Então só me dirija a palavra quando eu lhe pedir", encerrou Barbosa.



