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Judiciário

Barbosa envia pedido de processo de extradição de Pizzolato

Decisão acontece após divergências com o Ministério da Justiça sobre os trâmites da ação. Para o presidente do Supremo, a corte não tem papel ativo neste tipo de processo

Henrique Pizzolato foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no processo do mensalão | Lula Marques/Folhapress
Henrique Pizzolato foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no processo do mensalão (Foto: Lula Marques/Folhapress)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, encaminhou na última sexta-feira ao Ministério da Justiça um pedido feito em novembro pela vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, para a abertura do processo de extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. Condenado no processo do mensalão, Pizzolato foi detido na última quarta-feira em Maranello (a 322 km de Roma) com passaporte falso em nome de Celso, irmão morto em 1978 em um acidente de carro.

Ao encaminhar o pedido, Barbosa disse que caberá ao Ministério Público instruir o processo e preparar toda a documentação necessária para a extradição, como a tradução da decisão de condenação e do mandado de prisão.

O material foi encaminhado ao Ministério da Justiça pois a formatação final do pedido de extradição será dada pela pasta, que ficará encarregada, juntamente com o Itamaraty, de enviar a documentação ao governo italiano.

A decisão de Barbosa, de enviar o pedido feito por Ela Wiecko, acontece pouco tempo depois do Ministério da Justiça e do STF terem se desentendido sobre os trâmites do processo de extradição de Pizzolato.

Na quinta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, enviou ao STF um ofício informando que Pizzolato estava detido na Itália e perguntava se o STF tinha interesse num pedido de extradição. Na sexta, Barbosa respondeu o ofício dizendo que o Supremo não tem papel ativo neste tipo de processo, uma vez que extradições são discutidas entre Estados soberanos. Na prática, disse que caberia ao Ministério da Justiça fazer o pedido de extradição.

Parceria

Após a resposta de Barbosa, o Ministério da Justiça divulgou nota dizendo que, em seu entendimento, caberia, sim, ao STF determinar a extradição. Mas, devido à posição do presidente do Supremo, informou que fechou uma parceria com o Ministério Público, que faria o pedido e o encaminharia para a pasta, que daria o andamento necessário ao processo.

Ao invés de aguardar que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, formulasse o pedido de extradição dentro da parceria firmada com Cardozo, Barbosa optou por resgatar o pedido feito por Wiecko em novembro, quando sequer era conhecido o paradeiro de Pizzolato, e o encaminhou ao Ministério da Justiça.

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