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Polêmica

Barros diz que não fez nada escondido

Prefeito afirma que aumento de cargos e salários foi votado em pleno feriadão porque Maringá não pode esperar o fim das férias dos vereadores

“A necessidade de criar cargos (...) já existia. Mas não podia ter sido feito antes devido a determinação da lei eleitoral.”Silvio Barros, prefeito de Maringá | Ivan Ammorin
“A necessidade de criar cargos (...) já existia. Mas não podia ter sido feito antes devido a determinação da lei eleitoral.”Silvio Barros, prefeito de Maringá (Foto: Ivan Ammorin)

Apenas um dia após a Câmara de Maringá ter aprovado a criação de 105 cargos de indicação política para a prefeitura da cidade e o aumento dos salários dos 508 servidores comissionados do município, o prefeito Silvio Barros (PP) disse os cargos e o rejuste salarial foi necessário para dar conta dos novos trabalhos que a prefeitura vem realizando. Ele ainda afirmou que não fez nada escondido, embora a aprovação dos projetos, enviados pelo próprio prefeito à Câmara, tenha ocorrido em pleno feriadão de ano-novo.

As declarações de Barros foram dadas durante a cerimônia de posse dos novos secretários municipais – que foram diretamente beneficiados pela aumento nos vencimentos (o salário deles saltou de R$ 4,7 mil para R$ 7,4 mil).

"A necessidade de criar cargos para atender a população com essa nova estrutura que nós montamos já existia. Mas não podia ter sido feito antes devido a determinação da lei eleitoral", justificou Barros. "E a cidade não vai ficar esperando terminar as férias dos vereadores."

Barros ainda disse que o aumento de custos com o aumento de cargos e salários não vai comprometer as finanças do município. "Nós queremos que a população de Maringá compare os resultados da nossa administração com os resultados da administração anterior. Aí vão poder verificar que hoje, toda essa estrutura, com tudo o que fizemos, pesa menos no orçamento do que pesava a estrutura anterior."

A oposição ao prefeito afirma que o custo das medidas aprovadas será de R$ 6,4 milhões ao ano. Mas os vereadores governistas afirmam que não vai passar de R$ 4 milhões porque o prefeito não pretende nomear servidores para todos os cargos criados.

"É uma questão de necessidade. Se nos entendermos que para produzir os resultados que a população demanda, a gente precise preencher o cargo, nos vamos preencher", disse Barros. "Caso contrário, vamos trabalhando até o limite máximo que a gente puder para produzir o resultado sem usar os cargos públicos." Ele ainda afirmou que "desafiou" seus secretários a "produzir mais gastando menos".

Apesar das justificativas do prefeito, as medidas repercutiram negativamente em Maringá. "Estamos na iminência de uma recessão no país e o exemplo no controle de gastos tem que partir do poder público. Temos que ver se os novos salários são compatíveis com a função exercida e com o orçamento do município", disse Ricardo Costa Bruno, presidente da ONG Sociedade Eticamente Responsável (SER) de Maringá. "Se há necessidade de tantas pessoas (novos cargos) assim, é preciso que seja feito um concurso público. Precisamos justificar à população esse aumento e temos que valorizar os funcionários públicos."

Equivalência

Com o aumento de salários dos secretários de Maringá para R$ 7,4 mil, os vencimentos deles ficam equivalentes aos de secretários outros grandes cidades do estado. Na prefeitura de Curitiba, os secretários recebem R$ 8,4 mil mensais. Em Ponta Grossa, R$ 7,4 mil. Londrina paga R$ 6,5 mil.

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