O ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, afirmou nesta segunda-feira que iria à CPI dos Correios "com prazer" mas que não terá informações sobre a lista de Furnas, documento com uma suposta relação de parlamentares que teriam recebido recursos de caixa dois da companhia Furnas Centrais Elétricas.
- Eu vou com muita honra à CPI se for convocado. Mas é claro que não posso avançar o sinal. Não posso antecipar nenhuma conclusão da Polícia Federal - disse o ministro.
O ministro afirmou que acompanha as investigações "de longe" e que o trabalho da PF não é dirigido pelo Ministério da Justiça. Segundo ele, a lista ainda está sob perícia para atestar sua veracidade.
- Nós tivemos uma centena de operações bem-sucedidas na Polícia Federal e eu nunca interferi. Eu não vou interferir agora.Para Thomaz Bastos, a lista de Furnas deveria ser investigada do "modo mais sigiloso possível".
- Essa investigação vinha sendo feita com bastante calma pela Polícia Federal até que um depoente foi lá e deu uma entrevista à imprensa - afirmou, completando: - Eu acompanho essas investigações, como todas da PF, um pouco de longe até para que não se faça a exploração do meu maior ou menor conhecimento.
Marcio Thomaz Bastos disse ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá ser candidato e ganhar as eleições. No entanto, comentou que o presidente lhe disse, poucos dias atrás, que estava em dúvida sobre a candidatura.
- Ele (Lula) não diz que é candidato. Aliás, outro dia, me disse que estava em dúvida em ser ou não candidato. Mas eu acredito firmemente que ele vai ser candidato e que vai ganhar a eleição_ apostou o ministro, para quem os resultados do governo Lula são "muito alentadores".
O ministro da Justiça negou que tenha havido morosidade ou omissão por parte do governo federal na apuração do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, há um ano no Pará. Para ele, a investigação foi um "recorde".
- A Polícia Federal está fazendo mais investigações. O caso da irmã Dorothy foi desvendado em um tempo recorde. Nunca houve no Brasil um caso em que um homicídio como esse fosse desvendado em menos de um ano e os criminosos fossem a júri, não só os executores, mas o articulador e alguns mandantes.Dorothy Stang, uma missionária de 73 anos, foi assassinada em 12 de fevereiro de 2005, com nove tiros, na cidade de Anapu (PA). Defensora dos trabalhadores rurais sem-terra, Dorothy acabou vítima de matadores contratados por fazendeiros da região. Cinco pessoas estão presas.



