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Técnicos da Urbs acompanharam a sessão da CPI do Transporte Coletivo nesta quinta-feira (18) na Câmara de Vereadores | Ivonaldo Alexandre / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Técnicos da Urbs acompanharam a sessão da CPI do Transporte Coletivo nesta quinta-feira (18) na Câmara de Vereadores| Foto: Ivonaldo Alexandre / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Torta na cara

O gestor da Urbs Luiz Fila, ouvido na sessão desta quinta-feira da CPI da Urbs, levou uma torta na cara de uma militante do Movimento Passe Livre na sessão de segunda-feira. A reunião foi suspensa naquele dia.

Para evitar novos imprevistos, agentes da Guarda Municipal revistaram as pessoas que assistiram à sessão desta quinta. Nenhum manifestante acompanhou a reunião, que ficou lotada com funcionários da Urbs que apoiam o trabalho de investigação.

Leia a matéria.

O lucro líquido das empresas que operam o sistema de transporte coletivo de Curitiba foi questionado pelo presidente da CPI da Urbs, Jorge Bernardi (PDT) durante a sessão desta quinta-feira (18). Segundo ele, seriam R$ 8,5 milhões por mês ou R$ 281 mil dia e R$ 0,34 do valor de cada passagem. Os dados foram negados pelo engenheiro José Antonio Veloso, do Sindicato das Empresas do Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), que chamou o lucro de "rentabilidade justa". Veloso disse que deveria ser feita uma "profunda análise de caixa" para determinar se a margem de lucro seria injusta.

Na sessão, que começou às 14 horas e se estendeu pela noite, representante da Urbs cobrou mais subsídios do governo e do município para baixar a tarifa de ônibus. Segundo Luiz Fila, gestor da área de transporte coletivo da Urbs, para baixar R$ 0,10 da tarifa seriam necessários R$ 2,5 milhões a mais de subsídio mensal.

A reunião foi marcada pelo despreparo de muitos vereadores, que na ânsia de ouvirem a "voz das ruas", fizeram perguntas jurídicas e financeiras aos engenheiros da Urbs e do Setransp, que muitas vezes não sabiam responder. Com uma caixa preta na mesa para simbolizar a "caixa-preta da Urbs", José Carlos Chicarelli (PSDC) se exaltou e gritou que a prefeitura está atrasada em atender a demanda das ruas.

"Sou dentista há 20 anos e se me perguntarem de onde cortar gastos para diminuir o custo do meu serviço, eu vou saber da onde cortar. Eu lanço um desafio: me nomeie diretor de cortes da Urbs que eu encontro coisas a serem cortadas", disse, após insistir para que o gestor da Urbs citasse três itens que poderiam ser cortados para diminuir os custos.

Fila respondeu que uma diminuição dos custos não afetaria a tarifa que é cobrada, já que o valor pago pelos usuários é determinado pelo governo e depende de subsídios. "Não adianta cortar custo. A decisão vai continuar do Executivo", enfatizou. Ele disse também que 14% dos passageiros não pagam pra andar de ônibus (como idosos, carteiros e policiais) e que se todos contribuíssem, o preço poderia baixar proporcionalmente.

Chicarelli terminou sua fala pedindo para Bernardi forçar a Urbs a assinar um termo de compromisso para baixar a tarifa a R$ 2,50 até o mês que vem. "Se terminar essa CPI sem ter baixado a tarifa, o povo vai pensar que acabou em pizza", concluiu. O presidente da comissão respondeu que isso não está no regimento da CPI, mas poderia ser articulado "por fora".

Paulo Rink (PPS) levantou uma irregularidade que foi comprovada pela Urbs. A empresa Dataprom, que faz serviço de bilhetagem eletrônica, teria sido contratada sem passar por processo de licitação. O custo aos cofres seria de R$ 600 mil. Roberto Gregório, presidente da Urbs e que também acompanhou a sessão, respondeu de forma vaga. Segundo ele, a irregularidade foi encontrada e será resolvida com "uma série de ações administrativas".

O vereador Pastor Valdemir Soares (PRB) questionou o lucro das empresas na compra dos ônibus. A resposta de Veloso foi de que houve prejuízo. O vereador pediu comprovação. Ele também questionou Fila sobre o destino do dinheiro arrecadado com as multas que os motoristas recebem. No fim do dia, entregaram um relatório com o valor, mas medido em quilômetros rodados e não em reais. Os membros da CPI pediram um novo relatório, mais claro e detalhado.

Valdemir e Rink também questionaram o porquê de todos de chassis comprados serem das empresas Volvo ou Neobus. Nenhum dos interrogados conseguiu responder com precisão.

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