
Caberá ao paranaense Paulo Bernardo uma das missões mais espinhosas do governo Dilma Rousseff (PT). Após cinco anos no Ministério do Planejamento, ele assumirá as Comunicações com três desafios pré-definidos reorganizar a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), implementar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e discutir a criação do polêmico marco regulatório da mídia eletrônica. A escolha dele para a pasta foi comunicada ontem pela presidente eleita a líderes do PMDB.Apontado como "coringa" de Dilma na partilha ministerial, Paulo Bernardo chegou a ser cotado para outras quatro áreas Casa Civil, Secretaria-Geral da Presidência, Cidades e Previdência Social. A única certeza era que ele continuaria no primeiro escalão. "Paulinho", como é chamado pela presidente, foi um dos principais parceiros dela na condução do Programa de Aceleração do Crescimento.
O paranaense também tem o aval de Lula. A relação com o presidente se estreitou graças à sintonia com o restante da equipe econômica e ao cumprimento de tarefas extras repassadas por Lula, como a de negociar com os controladores durante o auge do caos aéreo, em 2007. Há três meses, após o escândalo que derrubou a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, recebeu a ordem de diagnosticar todos os problemas na administração da ECT.
O trabalho, ainda em execução, servirá como base para as mudanças que serão conduzidas por ele próprio a partir de janeiro. O objetivo é evitar a repetição de irregularidades que em 2005 levaram à criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios.
Já o PNBL, lançado em maio, tem a meta de massificar a oferta de acessos de banda larga e promover o aumento da capacidade de infraestrutura de telecomunicações do país até 2014. O plano é uma prioridade abraçada pessoalmente por Dilma e cujo acompanhamento estava vinculado à Casa Civil. Uma das expectativas é ampliar o serviço que hoje abrange 12 milhões de domicílios para 40 milhões, a um custo mensal por usuário entre R$ 15 e R$ 35 (atualmente, o gasto médio do brasileiro com provedores é de R$ 50 por mês).
Por último, Paulo Bernardo herdará do ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, o debate sobre uma nova lei de mídia eletrônica. Martins, que não vai permanecer no governo Dilma, está finalizando um anteprojeto sobre o assunto que deve ser encaminhado ao Congresso.
Nessa área, o Ministério das Comunicações vai liderar as negociações sobre regras para a convergência de mídias e de mudanças nas concessões públicas de rádio e televisão.
Paranaenses
Com a definição de Paulo Bernardo, já são dois os paranaenses no primeiro escalão do governo Dilma. Na semana passada, o londrinense Gilberto Carvalho foi indicado para a Secretaria-Geral da Presidência. Há expectativa de que novos nomes possam ser indicados, mas a maioria para esferas menores da administração federal (veja quadro abaixo). Entre eles estão Jorge Samek, que deve permanecer em Itaipu, o senador Osmar Dias (PDT) e o governador Orlando Pessuti (PMDB), cotados para a Companhia Nacional de Abastecimento. A ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, também tem chances de ficar no cargo.




