Os 36 desfiles anteriores não foram suficientes para garantir à Beth Carvalho uma vaga entre os baluartes da Mangueira. A sambista acabou excluída na última hora da passagem da escola pela Marquês de Sapucaí no domingo.
Convidada na última semana para desfilar na escola, após uma desavença com a diretoria, Beth Carvalho foi retirada de cima do último carro alegórico por um dirigente sem ter recebido nenhuma explicação. Decepcionada, a sambista lamentou a ingratidão e prometeu lutar por respeito.
``Estou completamente chocada com essa atitude agressiva de uma escola que eu dei uma parte da minha vida. Tenho 36 anos de Mangueira, gravei mais de 80 sambas de composição da Mangueira... e acho que tenho alguma história nessa escola'', disse ela, após a entrada na avenida do carro com homenageados da velha guarda da escola, no qual ela desfilaria.
Em 2006, Beth Carvalho desfilou exatamente no mesmo carro dos baluartes, que tradicionalmente fecha o desfile da escola. No domingo, ela disse que havia recebido garantias do presidente da Mangueira, Percival Pires, de que desfilaria em algum carro, mas chegou à Sapucaí sem saber em qual seria.
A escola já estava na avenida, quando Beth Carvalho estava sendo conduzida por um integrante da escola até o carro designado, mas acabou surpreendida pela negativa de um outro membro, vestido com uniforme da diretoria.
``Não sei quem é aquele homem e nem por que ele deu aquele ataque. Eu fui muito mal tratada'', disse a sambista, em tom de indignação. Segundo ela, se tivesse desfilado, seria um ponto final na disputa.
O presidente da Mangueira afirmou, após o desfile, que ela só teria lugar para desfilar no chão. ``Ela quis sair no carro, mas não deu'', afirmou.
Segundo a cantora, ela só pediu para sair no carro por casa das dores de coluna que vem sofrendo.
Na troca de acusações, Beth considerou que ``a Mangueira é maior que a diretoria'', enquanto Percival disse ``a escola é maior do que Beth Carvalho''.
