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O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), acusou nesta terça-feira o empresário Luiz Antônio Vedoin , que prestou esclarecimentos pela manhã à comissão, de tentar isentar de culpa pelo menos oito parlamentares acusados por ele em depoimento à Justiça Federal do Mato Grosso. Segundo Biscaia, o sub-relator da CPI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), encontrou 13 pontos divergentes entre os depoimentos prestados por Vedoin à Justiça em meados de julho e à CPI na última quinta-feira.

- Eu hoje adverti o Vedoin. Disse para ele que se ficar evidenciado que há uma tentativa de isentar alguém vou mandar um ofício para o juiz (Jefferson Schneider) pedindo para que ele volte para a cadeia. Se ele está negociando, não vou admitir - alertou Biscaia.

O empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin chega para depor a integrantes da CPI (Agência Senado) Vedoin, que fez um acordo com a CPI para se beneficiar da delação premiada caso revelasse todo o esquema, voltará a se reunir no fim da tarde com integrantes da comissão, com a promessa de entregar novos documentos. Em depoimento a portas fechadas pela manhã, o empresário entregou à CPI documentos que comprovam o repasse de recursos para cinco parlamentares contra os quais a comissão tinha apenas indícios de participação em fraudes na compra de ambulâncias. De acordo com o vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), esses recursos teriam sido recebidos por auxiliares e parentes dos parlamentares, como mostram cópias de cheques, de depósitos e notas fiscais.

Falta de quórum

Também na manhã desta terça-feira, a comissão realizou reunião administrativa para tentar votar cerca de 120 requerimentos, mas não conseguiu por falta de quórum. Entre os requerimentos que precisam ser votados, estão a convocação de ex-ministros para depor e a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico dos parlamentares suspeitos.

Após a reunião, Biscaia confirmou que o relatório da CPI, elaborado pelo senador Amir Lando (PMDB-RO), sobre o envolvimento de 90 parlamentares na fraude, será apresentado e lido na próxima quinta-feira, dia 10.

Na véspera, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dos sub-relatores da CPI, acusou o PSB de aparelhar o Ministério da Ciência e Tecnologia e com isso obter recursos para projetos de inclusão digital . Segundo Gabeira, a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), órgão ligado ao Ministério, liberou R$ 4,2 milhões para projetos com origem em emendas dos deputados do partido "de forma bastante irregular".

Processar Gabeira

Nesta terça-feira, o vice-presidente nacional do PSB e ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral afirmou que irá processar Gabeira por ter levantado suspeita de sua participação em eventuais desvios de recursos públicos no programa de inclusão digital do ministério.

Amaral disse que Gabeira "jamais poderia ter feito essa ilação" porque ele foi ministro de janeiro de 2003 a janeiro de 2004 e o programa de inclusão digital começou em março de 2004.

- O Fernando Gabeira é um mau caráter. Eu vou processá-lo porque a honra das pessoas não pode ser mercadoria de troca por votos. O Gabeira precisa acabar com esse negócio porque precisa de três votos e minutos na televisão - afirmou.

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