
Foi com uma postagem com muito senso de humor que a presidente Dilma Rousseff voltou ao Twitter no fim de setembro, de onde estava afastada desde dezembro de 2010. Dilma reapareceu na rede conversando com sua popular sátira, a Dilma Bolada, o que arrancou risadas dos internautas e angariou muitos seguidores. "[...] Sim & me diverti pra valer. Será que vc tem carteira pra dirigir moto? Se tiver, da próxima vez, podemos atuar no 8º Velozes e Furiosas".
A presidente, no entanto, não é a primeira, a última ou a mais engraçada dos políticos na internet. Só no Paraná, o senador Roberto Requião (PMDB), o deputado estadual Valdir Rossoni (PSDB) e o vereador Professor Galdino (PSDB) fazem parte da lista de nomes públicos que usam o humor nas ferramentas de mídia social.
Por mais que piadas, "memes" e tiradas no Twitter e no Facebook tenham efeito na hora de conquistar compartilhamentos, há ressalvas em relação ao uso do humor nas redes. "Não adianta a pessoa querer ser engraçada na internet e o oposto pessoalmente. Já pensou se a Marina Silva começasse a fazer piadas no Twitter?", questiona a coordenadora do curso de tecnologia em produção multimídia da FAE Centro Universitário, Lucina Reitenbach Viana. "A coisa mais importante é que as imagens do político no on-line e no off-line façam jus uma a outra", recomenda.
Outro ponto a ser lembrado é que há hora e lugar para tudo, inclusive quando se trata de dar risada: rir pode ser o melhor remédio, mas os políticos não podem querer usar o humor para desviar o foco do que é importante. "As manifestações que aconteceram no país mostraram que o povo está com a paciência no limite quando se trata de questões políticas", lembra o filósofo Cássio Marcelo Mochi.
Para Mochi, um caminho interessante seria usar o espaço para valorizar a transparência. "Essas mídias são muito importantes e podem servir para a prestação de contas. Se o político votou contra ou a favor de um projeto, que exponha com clareza as suas motivações", sugere.
Eleições
A partir de 2007, a campanha de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos fez com que ferramentas on-line assumissem uma posição privilegiada na disputa pelo voto em todo o mundo conectado. Em 2014, os brasileiros vão às urnas para escolher presidente e governador. Será possível esperar por um aumento de perfis de candidatos? "É claro", responde Lucina, "mas um like [curtir] no Facebook não equivale a um voto", adverte.
De acordo com a coordenadora do curso de tecnologia, o importante para os políticos é nutrir relações autênticas. "Se o candidato criar uma página em cima da hora e chamar eleitores para serem seus amigos ali, isso não tem efeito. Para o usuário, tão fácil quanto curtir a página de um candidato é bloquear o recebimento de notícias do político na rede", diz.




