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Desenvolvimento Humano

Brasil sobe no IDH, mas desigualdade social persiste

Brasília (Folhapress) – O Brasil melhora aos poucos seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mas sem reduzir as desigualdades sociais e em ritmo que ainda não incluiu o país entre os que têm desenvolvimento considerado alto. É o que aponta o Relatório do Desenvolvimento Humano 2005, divulgado ontem em Nova Iorque, a uma semana da Assembléia Geral das Nações Unidas.

De acordo com o documento, o Brasil avançou no IDH, passando de 0,790 para 0,792. Esse aumento não chegou a ser suficiente para tirá-lo da 63.ª posição entre os 177 países analisados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A colocação brasileira, que no relatório do ano passado estava em 72.º lugar, foi revista após atualização da base de dados. Com isso, o Brasil aparece em 63.º nos dois últimos documentos.

Além disso, o Brasil aparece entre os países mais desiguais do mundo. Só em cinco países os 10% mais pobres ficam com uma parcela de renda menor que a dos brasileiros pobres. São eles: Venezuela, Paraguai, Serra Leoa, Lesoto e Namíbia. Alguns, como Peru, empatam na concentração. O relatório observa que em nenhum país a desigualdade de renda é tão intensa quanto no Brasil.

Por outro lado, em apenas sete países os 10% mais ricos da população se apropriam de uma fatia de renda nacional maior que a dos ricos brasileiros, que abocanham 46,9% da renda.

Outro dado que complementa a concentração de renda é uma simulação feita no relatório apenas para Brasil e México.

O Pnud trocou o indicador de renda usado: do Produto Interno Bruto (PIB) do país pela renda dos 20% mais pobres – mantendo outros dados. Essa troca faz com que o Brasil caia 52 posições ficando em 115.º no IDH.

Já o México cai 55 posições e vai da 53.ª colocação para 108. Com essa simulação, a situação dos 20% mais pobres do Brasil é comparável a países como Guatemala, Honduras e Mongólia: 117.º, 116.º e 114.º no ranking, respectivamente.

"Esse exercício mostra que os índices médios podem ser bons, mas, quando se vê a distribuição, a fotografia não é tão rosa assim", diz Ricardo Fuentes, do Pnud.

O IDH é um indicador usado para medir a qualidade de vida e leva em consideração três aspectos: longevidade, educação e renda medida pelo Produto Interno Bruto.

As informações usadas nos relatórios são sempre referentes a dois anos antes, ou seja, no documento de 2005 os dados são de 2003.

Por isso, o Brasil aparece avançando nos indicadores de expectativa de vida: passa de 70,2 anos para 70,5 anos e educação, mas regride na renda: o PIB per capita cai de US$ 7.918 para US$ 7.790.

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