Assim como ocorreu em dezenas de cidades do mundo, na capital dos Estados Unidos brasileiros se juntaram para protestar contra o governo e pedir a saída da presidente Dilma Rousseff. O ato reuniu cerca de 80 pessoas em frente ao consulado do Brasil em Washington, com cartazes exaltando o juiz Sergio Moro e pedindo o impeachment.
“In Moro we trust” (confiamos em Moro), dizia um dos cartazes, parafraseando a frase impressa nas cédulas do dólar americano, “In God we trust” (confiamos em Deus). Alguns foram de cara pintada de verde e amarelo. Um outro cartaz pedia “Eleições já”. Os gritos do grupo contra o governo contrastaram com a sonolência habitual dos domingos no centro de Washington.
“É muito difícil ver de longe o Brasil bagunçado”, disse a paulista Juliana Bellusci, há quatro anos nos EUA, que foi uma das organizadoras do protesto. “Viemos lutar por um país melhor”.
Juliana foi a responsável por pedir permissão à polícia para a manifestação, que foi vigiada atentamente por um policial, que a todo momento pedia para os brasileiros deixarem a calçada e a rua livres.
Em frente ao consulado do Brasil, os manifestantes cantaram o hino nacional antes de voltar aos gritos contra Dilma, Lula e o PT. O baiano Divanildo Fortes Souza, 57, chegou há 35 anos nos EUA para cursar medicina, desistiu dos estudos mas acabou ficando, teve vários trabalhos e hoje está na construção. Revoltado com a corrupção no Brasil, diz que não dá para ficar calado. “Tem que soltar a voz”.
Há 12 anos nos EUA, a paulista Carolina Laufer, 37, diz que continua “andando de cabeça erguida” como brasileira, mas que é preciso aproveitar a mobilização atual para mudar o Brasil.
“Nasci e cresci num país sujo de corrupção”, disse Carolina, que trabalha com seguro de saúde. “Quero ver o Lula e todos os envolvidos na Lava Jato na cadeia”.
Segundo a página na internet do grupo Vem Pra Rua, foram organizados protestos anti-Dilma em 30 cidades do exterior, sendo dez nos Estados Unidos, entre elas Nova York, Boston, Orlando e Los Angeles.
