
Brasília - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, já tem em mãos o relatório final com a avaliação técnica dos três concorrentes que disputam a venda de 36 aviões caça ao Brasil. Mas ontem ele manteve o suspense sobre a decisão do governo federal. Segundo Jobim, o fornecedor escolhido será anunciado depois da Semana Santa, no início de abril.
Segundo o Ministério da Defesa, o documento indica que as aeronaves F-18 Super Hornet, da americana Boeing, Gripen NG, da sueca Saab e o Rafale da francesa Dassault, são tecnicamente compatíveis. O documento chegou às mãos do ministro na quarta-feira. Jobim deve encaminhar nos próximos dias uma exposição de motivos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva com uma posição definitiva do Ministério da Defesa sobre os caças.
Depois de receber o documento, Lula terá de convocar o Conselho de Defesa Nacional para discutir a compra embora tenha autonomia para escolher o modelo a ser comprado pelo Brasil. O presidente até chegou a anunciar que o negócio já estava fechado. Durante os desfiles de Sete de Setembro de 2009, ao lado do presidente francês Nicolas Sarkozy, Lula afirmou que o caça Rafale era o escolhido. A declaração gerou constrangimento no governo federal, pois ainda estava em curso a disputa que envolvia a Dassault, a Boeing e a Gripen NG.
Favorito
Depois do recuo do governo, teve início uma nova fase da disputa, com as empresas apresentando novas propostas e preços mais baixos. Apesar disso, Jobim reafirmou que o caça Rafale é favorito na disputa por causa da transferência de tecnologia. "A FAB [Força Aérea Brasileira]diz que os três são satisfatórios. O que pesa é a transferência de tecnologia e redução da dependência", afirmou Jobim.
Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, o governo decidiu comprar o Rafale em um pacote de 36 aviões com manutenção por 30 anos na casa dos US$ 10 bilhões.
O F-18 Super Hornet, da americana Boeing, foi oferecido por US$ 7,7 bilhões. O modelo preferido na avaliação técnica da FAB, o sueco Gripen NG, da Saab, sai por US$ 6 bilhões. A concorrência entre os três se arrasta há quase uma década.



