O PT e o PSDB fecharam as campanhas presidenciais de 2006 com um rombo de R$ 30 milhões e não têm perspectiva de pagamento a curto ou médio prazos. Este e outros números que mostram as dificuldades financeiras dos dois partidos estão nareportagem publicada neste domingo pelo jornal O Globo. Após a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os partidos se comprometeram a saldar a dívida, mas os tesoureiros admitem que não têm dinheiro.
O tesoureiro do PT, Paulo Ferreira,diz que, com a desorganização e a crise que se abateu sobre o PT, perdeu-se o controle e o partido deixou de arrecadar cerca de R$ 30 milhões nos últimos quatro anos.
Se as empresas estão doando para o PSDB, para o PT não estão. O aspecto mais grave é que estamos nesse processo de recuperação financeira com bancos, empresas e grandes fornecedores, sem que os compromissos feitos na campanha estejam sendo honrados disse Ferreira. Só à Coteminas devemos R$ 10 milhões, sem calcular os juros. O vice José Alencar (dono da empresa) não interfere para um eventual perdão dessa dívida. É muito difícil, ele passou o controle da empresa para o filho.
De acordo com a reportagem, sete credores do PT esperam receber pagamentos.
O quadro não é diferente no PSDB. Coordenador da campanha de Alckmin, o ex-ministro Eduardo Jorge Caldas informa que o partido só conseguiu saldar até agora R$ 2 milhões da dívida de R$ 19,9 milhões.
Estamos vendo as possibilidades de pagar essa dívida com o Fundo Partidário e só depois vamos começar uma campanha de arrecadação. Os credores estão entendendo nossas dificuldades e têm nos dado prazo para equacionar esses pagamentos. Pagaremos de qualquer jeito.
Mário César de Camargo, da Abigraf, setor que engloba a maior fatia dos credores, não parece tão confiante. Ele diz que as perspectivas do calote são enormes e que as grandes empresas já deixaram de prestar esse tipo de serviço por causa de "penduras" que existem desde 2002 e 2004, do PT e do PSDB.



