
A Câmara de Curitiba aprovou ontem, em primeira votação, o reajuste de 6,77% no subsídio dos servidores municipais, secretários e procurador-geral do município, conforme proposta enviada pelo executivo na semana passada. Das seis emendas adicionadas na terça-feira pela Comissão de Legislação, Justiça e Redação, duas foram derrubadas no plenário pela base do prefeito.
As duas emendas derrubadas estendiam o reajuste ao subsídio do prefeito e vice, uma manobra evidenciada pelo colunista da Gazeta do Povo, Celso Nascimento, com o intuito de aumentar o teto do funcionalismo municipal, regulado pelo subsídio do prefeito Gustavo Fruet (PDT).
Atualmente, de acordo com o colunista, há um grupo de servidores que tem salário de pouco mais de R$ 26 mil, equivalente ao teto, e que, portanto, não seriam beneficiados com o reajuste.
As emendas foram feitas a partir de um parecer da Procuradoria Jurídica da Câmara, que, com uma troca de palavras no artigo 2 da proposição, estendeu o aumento a todos os agentes políticos. O líder do prefeito na Câmara, Pedro Paulo (PT), já havia sinalizado que a orientação para a base aliada seria a derrubada da emenda, o que de fato aconteceu de forma unânime na sessão plenária de ontem.
Para a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), Ana Paula Cozzolino, o reajuste é um avanço parcial. "A inflação foi reposta, mas não há um aumento real, e parte das reivindicações dos servidores ainda não foi atendida". Ela afirmou que a luta agora dos servidores é pela isonomia salarial e um aumento do piso para R$ 1,5 mil a medida recém-aprovada eleva também o menor salário do servidor municipal, de R$ 710 para R$ 1,1 mil.
Ana Paula concorda com a derrubada da emenda que estende o benefício ao prefeito. "O salário do prefeito já teve um reajuste muito grande no ano passado", afirmou.



