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Camisa da Chape, viagens e Facebook: o vale-tudo pela vaga de vice de Temer

Dois candidatos ao cargo de presidente da Câmara já lançaram campanha. Atual mandatário da Casa, Rodrigo Maia, trabalha nos bastidores para tentar se eleger

Jovair Arantes (PTB-GO) e Rogério Rosso (PSD-DF) já lançaram campanha para a presidência da Câmara. | Divulgação/Câmara dos Deputados
Jovair Arantes (PTB-GO) e Rogério Rosso (PSD-DF) já lançaram campanha para a presidência da Câmara. (Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados)

A quase 20 dias da eleição que definirá o nome do presidente da Câmara dos Deputados e, consequentemente, o novo vice-presidente da República, dois candidatos já começaram a “maratona” de viagens pelo Brasil em busca de votos.

Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO), ambos oriundos do “Centrão”, bloco informal criado em maio do ano passado, sob a influência do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB), já estão na estrada.

Líder da bancada do PSD, Rosso foi o primeiro a lançar oficialmente sua candidatura, na tarde de segunda-feira (9). Vestindo a camisa da Chapecoense – presente do deputado federal João Rodrigues (PSD-SC), ex-prefeito de Chapecó –, o parlamentar do Distrito Federal fez um lançamento virtual, via Facebook, durante sua passagem pela cidade de Recife.

“Resolvi lançar a candidatura sem nenhuma festa, nenhuma demonstração de força, de estrutura, pelo contrário. Acho que hoje a gente precisa prezar pela simplicidade”, justificou ele, sozinho no vídeo.

Desde o dia 1º, ele já passou também por João Pessoa, Natal e Fortaleza. Na terça-feira (10), de volta a Brasília, confirmou que continuará o périplo, agora na região Sul.

“Eu estou visitando todo o Brasil. Não vejo outra forma de fazer campanha. É sola de sapato, coragem, vontade. Ouvir as bancadas, conhecer a realidade de cada parlamentar”, explicou Rosso, acrescentando que o percurso é feito com recursos próprios, sem utilizar a “verba de gabinete”.

Jovair lançou a candidatura na tarde de terça-feira (10), no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, e na presença de aliados, incluindo Rosso.

As viagens já marcadas começam agora, quarta-feira (11), e seguem até domingo (15). No período, ele pretende ir a Cuiabá, Campo Grande, Curitiba, São Paulo, Florianópolis e Porto Alegre.

Na próxima semana, a ideia de Jovair é passar por outras cidades. A definição de uma agenda dependeria da “vaquinha” que estaria fazendo entre seus apoiadores para pagar as despesas dos trajetos.

‘Campanha de bastidores’

Os outros dois pré-candidatos à principal cadeira da Câmara dos Deputados – Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Casa, e André Figueiredo (PDT-CE), único candidato de oposição ao Planalto – ainda não lançaram oficialmente suas candidaturas, embora já estejam conversando com parlamentares e organizando viagens.

O pedetista deve fazer o lançamento oficial na próxima terça-feira (17). Já Maia até evita admitir publicamente sua candidatura, embora esteja articulando sua reeleição desde o final do ano passado. Com a candidatura “pendurada” no Judiciário, Maia tem optado apenas pelas costuras de bastidores.

Rosso e Jovair, contudo, têm frequentemente criticado o adversário. Maia reage com cautela. Para a dupla do Centrão, a Constituição Federal proíbe a reeleição na mesma legislatura, mesmo quando se trata de um “mandato-tampão”, de quase seis meses, caso de Maia. O assunto já está no Supremo Tribunal Federal (STF), mas o parlamentar do DEM tem apostado que não haverá interferência da Corte no caso.

“Nós temos 513 deputados federais na Casa e 512 podem sair candidatos. Apenas um tem que pedir parecer jurídico para sair candidato. Não podemos expor esta Casa ao ridículo e deixá-la sob a tutela do Judiciário”, atacou Jovair, durante o lançamento da sua candidatura. Para o petebista, Maia inaugura “um casuísmo para beneficiar grupos ou a si próprio”, ao tentar a reeleição.

A despeito do imbróglio, Maia conta com a simpatia do Planalto e de bancadas de peso, como a do PSDB e a do PMDB. Na visão de aliados, o parlamentar do DEM já teria os votos suficientes para vencer a disputa em fevereiro.

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