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O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) entrará na disputa pela Presidência da República sem candidatos próprios em alguns dos principais colégios eleitorais do país, onde faz aliança com partidos de seus dois adversários na corrida presidencial.

Em São Paulo, Campos selou ontem uma aliança com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que concorre à reeleição e apoia o senador Aécio Neves (MG) para a Presidência. No Rio, Campos decidiu apoiar para governador o senador Lindbergh Farias (PT), que apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff. No Paraná, o PSB decidiu apoiar a reeleição do tucano Beto Richa.

As alianças contrariam o discurso de Campos e sua vice, a ex-senadora Marina Silva, que pregam a renovação na política e se apresentam como alternativa à polarização entre petistas e tucanos.

Campos optou por ficar na órbita das siglas adversárias para garantir exposição nos palanques do Sudeste, onde é pouco conhecido. Mas suas alianças em São Paulo e no Rio desagradaram Marina.

Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, Campos ensaiou uma aliança com o PSDB, que governa o Estado há 12 anos, mas foi obrigado por Marina a abandonar as negociações. O PSB escolheu lançar o deputado federal Júlio Delgado.

Nesta sexta-feira (20), Alckmin confirmou que entregará ao PSB a vaga de vice em sua chapa. No ato que oficializou o acordo com a sigla, o principal auxiliar do governador, o secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, fez questão de dizer que Alckmin fará campanha para Aécio, "o candidato de seu partido".

Até o último momento, Campos afirmava que não iria ao evento, mas foi convencido pelo deputado Márcio França, o mais cotado para ser o vice do tucano, de que sua presença era essencial.

O presidenciável acabou fazendo uma aparição relâmpago e um discurso de menos de dez minutos, em que não citou Alckmin e minimizou as divergências com Marina. Segundo ele, o PSB saiu "unido" para "vencer as eleições".

Aliados de Aécio temem que o acerto atrapalhe sua campanha em São Paulo ao obrigá-lo a dividir o palanque de Alckmin com o rival do PSB, mas o senador mineiro disse que o acordo é "natural" e não traz prejuízos para ele.

Os esforços de Campos para se viabilizar no Sudeste ajudaram a reaproximá-lo de Aécio. Após semanas sem se falar, os dois discutiram nos últimos dias o cenário em Minas Gerais e no Espírito Santo.

No Rio, um dos principais aliados de Marina, o deputado Miro Teixeira, desistiu de se lançar a governador alegando que Campos não ajudou seu nome a decolar. Isso empurrou o PSB para o palanque de Lindbergh Farias.

Mesmo contrariada, Marina afirmou nesta sexta que Campos é o responsável pelas alianças do PSB nos Estados e evitou criticá-las. "Não há problemas nas escolhas dele", disse, no Amazonas.

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