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Durante sua atuação como deputado federal de oposição, Eduardo Paes (PMDB) chegou a classificar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "demagogo", "autoritário", "populista" e "psicótico". Depois de sair do PT e voltar ao PV, Fernando Gabeira (PV) afirmou, no auge do caso do mensalão, que Lula sabia do esquema de corrupção e não tinha condições de completar o mandato.

Hoje, Paes explica que se excedeu no debate político e enfatiza sua boa relação atual com o presidente. Coligado ao PSDB, Gabeira diz que não mudou de posição sobre o que disse, mas também garante ter uma relação "civilizada e republicana" com Lula.

"Eu fui relator daquela comissão parlamentar de inquérito (CPI dos Correios), depois contribuí para melhorar a democracia no Brasil. Dessas coisas, não me arrependo. Mas no processo do debate político, às vezes você se excede em certas afirmações. Eu não tenho o menor problema em admitir isso, em me desculpar e olhar para frente", afirmou Paes, em debate promovido pelo jornal Folha de S.Paulo, nesta quinta-feira.

Gabeira lembrou ter apoiado Lula nos anos 1989, 1994, 1998 e 2002 (quando saiu do PV e ingressou no PT), mas afirma não se arrepender do que disse em 2005, durante o caso do mensalão:

"Eu não mudo minhas posições. O que eu disse naquele momento, eu diria de novo. Mas não posso negar meu passado de luta com o presidente Lula".

Gabeira voltou a dizer que o Palácio do Planalto manterá boas relações com a prefeitura carioca, independentemente de quem a ocupe em janeiro. Segundo Gabeira, o Rio de Janeiro estará aberto para todos, "até para a Casa Branca".

"A relação entre o prefeito da cidade e o presidente da República não é de uma pessoa, mas de milhares e milhares de pessoas que votaram nela", disse o candidato do PV.

Mais uma vez, Paes se recusou a revelar o conteúdo da carta de desculpas que enviou à primeira-dama, Marisa Letícia, antes da oficialização ao apoio de Lula a sua candidatura. Ele justificou que apenas o destinatário da carta pode divulgá-la.

Maconha entre políticos

Durante o debate, Paes assumiu já ter fumado maconha. Já Gabeira, que discute a questão das drogas desde que voltou do exílio, afirmou ter trocado a erva por meditação e natação.

"Fumei, traguei e não gostei", disse o peemedebista, rindo. "Vi pessoas próximas a mim se perderem na droga. A origem dessa violência toda é a disputa pelo ponto de venda de drogas. A apologia é um mal."

Gabeira discorreu sobre as políticas para drogas executadas por vários países, como a de legalização na Holanda e na Inglaterra e a de repressão nos Estados Unidos. E disse ser considerado "uma referência" nesse debate.

Questionado pelo motivo de ter defendido, no passado, a legalização das drogas e, hoje, a não criminalização do usuário, Gabeira justificou ter colocado em discussão problemas para o futuro: "No passado, minhas candidaturas eram propagandísticas".

Gabeira contou ter parado de fumar maconha para não ferir a legislação. "Não é razoável eu fumar maconha no Brasil". E revelou seu novo hábito: "Tem uma droga que eu uso muito, que é H2O", fazendo referência à prática diária de natação.

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