Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Eleições

Candidatos são contra a reeleição

Os principais candidatos ao governo do Paraná se declaram contra a reeleição. Até mesmo o governador Roberto Requião (PMDB), que neste ano disputa a chance de obter mais um mandato no Palácio Iguaçu, aboliu a palavra reeleição de seus discursos. Ele prefere usar o termo confirmação. O senador Flávio Arns (PT), apesar de ser do mesmo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que tenta se reeleger –, também defende o fim da manutenção em cargos no Executivo.

Requião tem motivos para evitar falar no assunto. Em 1999, quando era senador, ele foi o autor de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC-70), que proibia a reeleição de chefes do Executivo nos três níveis de governo: presidente da República, governadores de estado e do Distrito Federal e prefeitos. A proposta não chegou à votação em plenário.

Continuidade

Sete anos depois, Requião é candidato à reeleição, mas tenta convencer os eleitores de que não mudou tão radicalmente de idéia. "Não tenho um projeto personalista. Tenho um programa de trabalho de recuperação e desenvolvimento do Paraná. Sei que não fiz tudo o que eu queria pelo estado. Ainda tenho muito o que fazer. Não estou em uma busca pelo poder", tem dito ele, nos pronunciamentos.

Quanto à contradição entre a proposta no Senado e a atual candidatura, a assessoria do governador afirmou que, como a reeleição se manteve legal e o projeto de proibição não obteve sucesso, Requião vai tentar "dar continuidade às ações que vem desenvolvendo para os paranaenses".

No jogo

Flávio Arns tem explicação semelhante para justificar a candidatura de Lula. "Hoje a Constituição permite a reeleição, é legal. E o Lula está jogando o jogo", disse o candidato ao governo. Ele, porém, insiste que a prática deveria ser banida. "Acho que aumentar para cinco anos a duração do mandato e acabar com a reeleição poderia ser interessante", sugere.

Aprovada em 1997 pelo Congresso Nacional, a emenda constitucional n.° 16 permitiu a reeleição de chefes do Executivo para um único mandato subseqüente. A medida viabilizou a reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Em 1997, votei a favor da reeleição. Havia morado nos Estados Unidos por três anos e lá a situação funciona. Mas se fosse hoje a votação, eu votaria contra", diz Flávio Arns, que era deputado federal na época.

Segundo o senador, leva-se muito tempo para se estabelecer apoios eleitorais e isso atrapalha o governo. Arns diz ainda que a continuação no cargo de um mesmo administrador público inibe o surgimento de lideranças. "E o Brasil precisa incentivar novas pessoas a entrar na política."

Para Arns, o político que tenta a reeleição entra na disputa com vantagens em relação aos demais candidatos. "Já há uma enorme exposição na mídia de quem tem o mandato, com muitas inaugurações, por exemplo. É uma concorrência desleal."

Quanto ao Legislativo, o candidato do PT já pensa que deve haver a reeleição. "No parlamento depende da capacidade de cada um. No Executivo é que há a maior dificuldade de surgimento de novas lideranças", diz. "No Legislativo, deve haver voto distrital misto, para que todas as regiões tenham representantes", sugere.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.