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CPI

Carro oficial do governo foi usado em visita a invasão

Assessor da governadoria esteve em ocupação na hora do trabalho

Michel Laub é atração nesta quarta. Veja quem vem depois: | Divulgação/Nume Comunicação
Michel Laub é atração nesta quarta. Veja quem vem depois: (Foto: Divulgação/Nume Comunicação)

O pastor Carlos Lima, assessor especial do governo do estado, admitiu ontem, durante depoimento na CPI das Invasões, na Câmara Municipal de Curitiba, que visitou uma das áreas invadidas por sem-teto na capital, no mês passado, utilizando-se de um veículo oficial do governo do estado, um Santana preto placa ALN-1172. A visita ainda ocorreu durante horário de expediente. Lima também confirmou que apresentou sua carteira de funcionário da Governadoria do Estado a policiais militares que estavam tentando retirar os invasores do terreno. Dessa forma, obteve êxito para impedir a desocupação pelos PMs.

Apesar disso, Lima afirmou que não é responsável por qualquer tipo de incentivo à ocupação de terrenos por sem-teto na capital. Ele assegurou que esteve no terreno invadido para prestar assistência como pastor da Igreja Batista, pois alguns invasores alegaram estar correndo risco de morte.

"Recebi ligações de pessoas que estavam no terreno, que me pediam ajuda. Ouvi tiros e me disseram que havia mulheres grávidas. Isso foi às 18h30 de um domingo. Eu estava no culto. Na segunda-feira, entre uma reunião e outra, passei no local. Eram 9 horas. Não havia mandado de reintegração de posse, mas sim, um interdito proibitório, o que não se aplica a áreas invadidas", relatou Lima.

O assessor ainda alegou que usou o veículo oficial porque era uma situação onde havia risco de morte e a carteira funcional porque foi a que ele tirou primeiro dentre os documentos. Lima disse que só foi ao local 14 horas após receber o telefonema pedindo ajuda porque temia pela sua segurança por comparecer na região à noite. De acordo com ele, a Polícia Militar agia no local de forma irregular porque não havia mandado judicial. "Por isso não obstruí qualquer ação judicial. Lima disse que a posse da área ainda estava sendo discutida. Houve uma ilegalidade no local naquela data."

Carlos Lima afirmou que agiu como cidadão para defender direitos sociais. Ele não quis revelar o nome das pessoas que telefonaram para ele avisando do ocorrido. "É um direito de confissão que tenho por ser pastor. E não fico sabendo de invasões antecipadamente. Até peço que não me contem. Minha ação transcende a questão político-partidária."

Tanto o vereador Tico Kuzma (PPS), que preside a CPI das Invasões, quanto o relator Roberto Hinça (PDT), afirmaram que todos os fatos serão apurados. O próximo a ser convidado a prestar depoimento deverá ser o assessor especial do governo do estado para Assuntos de Curitiba e presidente do PMDB na capital, Doático Santos. Segundo o parlamentar Valdemir Soares (PSB), pessoas que estavam na invasão afirmaram tê-lo visto incentivando a ação.

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