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Confusão no congresso

Carta de manifestantes pede fim da vistoria em terras ocupadas e votação da PEC do trabalho escravo

Minutos antes de ser preso pelo Polícia Militar do Distrito Federal, um dos líderes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Bruno Maranhão, leu para os jornalistas a carta de reivindicações que entregou ao presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Ele disse que foi recebido por Aldo depois de explicar que não estava envolvido com a depredação nas dependências da Casa:

- Não começou com a gente, tentei explicar para ele , estava muito tumultuado, mas assim mesmo consegui dizer para ele pegar a carta.

A carta nomeia a invasão como "rápida visita surpresa" e traz sete propostas: a revogação da lei que proíbe a vistoria em terras ocupadas; a votação imediata da PEC para que as propriedades onde haja trabalho escravo destinem suas terras para a reforma agrária; a atualização imediata no nível de produtividade - propriedades com débito junto à União devem ser desapropriadas e destinadas para fins de reforma agrária; a punição aos crimes ambientais praticados pelas grandes empresas do agronegócio e as empresas urbanas poluidoras; a recuperação para fins de reforma agrária das terras da União griladas pelo agronegócio; e a reestatização da Companhia Vale do Rio Doce.

Maranhão também disse esperar "que a nossa atitude seja compreendida como um grito de alerta de um dos setores mais sofridos do nosso povo, de que é necessário avançar na democratização econômica, política e social do país".

A invasão deixou 26 pessoas feridas e uma em estado grave. Na carta, a coordenação do MLST informa que "estamos aqui afirmando a cidadania popular, que nada mais é do que o povo organizado exercendo o seu livre direito à democracia participativa, desempenhando o papel de protagonista direto das transformações políticas e econômicas e sociais". E acrescenta: "Esse é o conteúdo e a forma desse ato político pacífico que o MLST desenvolve no Congresso Nacional, sede da democracia participativa".

Maranhão explicou que foi informado por um dos manifestantes, por telefone celular, da invasão e da depredação. E que estava no gabinete do deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) tirando cópias da carta de reivindicações que seria entregue ao presidente da Câmara. Indagado se houve descontrole na ação, ele enfatizou que o tumulto ocorreu porque os seguranças da Casa começaram a agredir os manifestantes:

- Eu não me arrependo, porque nós não somos vândalos, não fizemos nenhuma ação de violência.

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