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O ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, elogiou nesta segunda-feira as investigações sobre o assassinato da missionária Dorothy Stang , que terminaram com cinco pessoas presas.

- Essa tragédia foi apurada em tempo recorde. Nunca houve no Brasil um caso em que um homicídio como esse fosse desvendado em menos de um ano e os criminosos fossem a júri - afirmou.

Homenagens e protestos marcaram neste domingo um ano da morte da missionária americana Dorothy Stang. Cultos ecumênicos e passeatas foram realizados ao longo do dia no município de Anapu e em Belém.

Os acusados do crime já começaram a ser julgados . Entre os julgamentos mais esperados, está o dos fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo Galvão, os mandantes do crime, que deverão ser realizados ainda neste semestre.

De acordo com o promotor da Justiça do estado do Pará, Lauro Freitas, o assassinato da missionária "foi um divisor de águas".

- Nos crimes que vierem a acontecer depois, com certeza será utilizado o mesmo método: uma união de forças entre Polícias Civil e Federal, Ministério Público e Poder Judiciário para que sejam elucidados - disse em entrevista à Agência Brasil.

Sobre a demora no julgamento de outros casos semelhantes aos de Dorothy, o promotor explica que ocorre devido "à distância e o tamanho do Pará".

- Muitas vezes as testemunhas são difíceis de serem localizadas. Muitas vezes usamos Carta Precatória para um outro juiz ouvir a testemunha - disse.

Além da dificuldade em localizar as testemunhas, há crimes que são de difícil elucidação.

- A polícia passa muito tempo investigando todos os envolvidos.

De acordo com o promotor, a morte de Dorothy Stang teve vários elementos que facilitaram a investigação.

- Tínhamos os executores logo depois da morte, a investigação muito bem feita pela Polícia Civil e Federal foi devida à descoberta dos mandantes e, além disso, o Ministério Público do Pará deu prioridade ao caso.

Na manhã de 12 de fevereiro de 2005, Dorothy Stang foi assassinada, com seis tiros à queima-roupa, a 40 quilômetros de Anapu. No momento do crime, ela estava acompanhada de um colono, sem nenhuma segurança pessoal, mesmo depois das recentes ameaças, relatadas dias antes, inclusive para o então ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Nilmário Miranda.

O caso Stang assemelha-se pelo menos ao de outras 700 pessoas envolvidas em conflitos de terra nos últimos 30 anos no Pará.

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