A catarinense Albertina Berkenbrock foi beatificada pelo Vaticano na tarde deste sábado (20) em Tubarão, SC. Morta de forma trágica na comunidade rural de São Luiz, no interior de Santa Catarina, em 1931, aos 12 anos, a menina ganhou fama de milagreira.
A cerimônia aconteceu em um palco em frente à catedral erguida no pequeno povoado e reuniu milhares de fiéis. A família de Albertina comemorou. O irmão dela, Vandolino Berkenbrock, esperou 90 anos pelo dia da beatificação: "tô feliz, muito feliz, deu para chegar o dia, né?".
Martírio
Filha de agricultores, Albertina estava no meio do mato à procura de um boi quando foi atacada por um empregado da família. A menina resistiu a uma tentativa de estupro e morreu degolada por um punhal. Pouco tempo depois surgiu a fama.
Segundo religiosos da região, um ano depois da sua morte as pessoas iam ao local em que ela morreu para rezar. Numa dessas vezes, um colega de Albertina, que era paralítico, voltou a andar. O caso fez com que sua fama se espalhasse pela região.
Para o Vaticano, não era necessário nem um milagre para que a menina fosse beatificada. A Igreja Católica vai transformar Albertina em beata porque reconheceu um caso de martírio. Um mártir é alguém que derrama o próprio sangue em nome de um valor do evangelho.
Segundo a avaliação dos católicos, a menina teria preferido dar sua vida por amor a Cristo para defender os valores que ele trouxe, especialmente o da castidade. Devoção aumenta
Desde que foi anunciada a beatificação de Albertina Berkembrock, no final de 2006, aumentou a procura de imagens da menina. De acordo com o padre Sérgio Jeremias de Souza, vice-postulador da causa de beatificação, no início de 2007 começaram a surgir vários pedidos para encomendas da imagem da primeira beata nascida em Santa Catarina. Até então, só havia retratos em pôsteres, quadros ou livros.
200 habitantes
Enquanto espera pelos prováveis benefícios do turismo religioso por ser a terra natal da beata Albertina Berkenbrock, a localidade de São Luiz continua sendo um recanto escondido entre morros, privado de uma série de modernidades. Pouco mais de 200 pessoas vivem em São Luiz, e a maioria delas tem Berkenbrock como sobrenome e possuem algum grau de parentesco com a nova beata brasileira.


