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Câmaras são "invadidas" por ambulâncias

Do postinho, do açougue, da farmácia. Foram muitos os candidatos que se elegeram utilizando como referência o local de trabalho. Mas chama a atenção a quantidade de vereadores que tomaram posse ontem que adicionaram ao nome o sufixo "da ambulância". Foram 23, todos de cidades pequenas. Responsáveis pelo transporte de pacientes para grandes centros, os motoristas acabam estabelecendo vínculos com muitas pessoas em situação frágil. Eles representam, em muitos casos, a precariedade do sistema público de saúde e uma perspectiva de melhorar o atendimento médico.

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Ponta Grossa - Teve espaço no pódio para Barrichello e Schumacher. Até o Dunga conseguiu ganhar. Cinco Didis, quatro Pelés e três Zés do Caixão também foram vitoriosos. Não são poucos os políticos que tomaram posse ontem que usam nomes inusitados. Homônimos de políticos consagrados – como Brizola, Enéas, Lula e Tancredo – agora vão atuar no Paraná. O Cueca, de Prudentólis, não conseguiu se eleger, mas a versão de grife, Zorbão, conquistou uma vaga no Legislativo de Bela Vista do Paraíso. Já na Câmara de Carlópolis, ninguém vai querer irritar João Aparecido de Camargo. Ele foi eleito com o apelido de Hulk.

Estado afora, foram 29 apelidos com referências animais. Arapongas, Gambá, Porquinho e Zebrão são alguns dos políticos eleitos. Os moradores de Nova Santa Bárbara terão Garrafa como prefeito. Há ainda Marajá, Pinóquio e Traíra. Segundo lista elaborada pela Gazeta do Povo, 5% dos 4 mil eleitos em outubro adotaram nomes curiosos. Mas quase a metade escolheu um nome diferente daquele que está registrado na certidão de nascimento. Na maioria dos casos são diminutivos ou aumentativos – como Pedrinho e Pedrão –, ou reduções, como Rafa e Edu.

Cidinha Bigode, apelido de uma nova vereadora de Alto Piquiri, não tem relação nenhuma com uma eventual penugem mais avolumada no buço. Maria Aparecida de Oliveira Flois, que está estreando na Câmara, apenas herdou o nome político do pai, Bigode, que foi vereador por cinco mandatos na cidade. Ela conta que nunca foi alvo de brincadeiras maldosas por conta do apelido. Diretora de uma escola, ela reforça que na cidade todas as pessoas sabem a origem do nome adotado. Assistente social na Santa Casa de Misericórdia de Paranavaí, Roberto Picoreli é conhecido mesmo pelo apelido: Pó Royal. Branquelo, ele era pequeno e magrelo no primeiro ano da escola. Depois das férias, voltou bem mais alto e encorpado, e logo foi chamado com o nome do fermento.

A marqueteira Cila Schulman comenta que, assim como ocorre com Cidinha Bigode e Pó Royal, existem vários casos em que o apelido faz parte da vida do político, e por isso não pode ser dissociado da pessoa nem durante a campanha nem quando ela toma posse. Nessas situações, os eleitores aceitam o nome por conhecerem a história de vida do postulante. Ela ressalta ainda que o nome do candidato é importante, mas não é suficiente para eleger ninguém. Além disso, destaca que o bom senso não pode ser esquecido, já que a função pública está revestida de formalidade.

Como o Poder Executivo exerce muitas vezes, a função legislativa, as Câmaras perderam um pouco a função, avalia Cila. Por isso, não há um perfil claro de quais as características deve ter um vereador. Os políticos aproveitam a deixa para tentar se diferenciar. E, em um mundo dominado pela internet, os bizarros ganham destaque, ainda mais após o sucesso de portais como o You Tube, no qual é possível assistir vídeos postados por qualquer internauta. "No meu blog, coloquei candidatos engraçados e os vídeos deles foram os mais vistos. Não dá para culpar o eleitor por querer ver isso, já que o programa eleitoral é tão chato", conta.

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