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CNJ exige rapidez e rigor nas melhorias

Relatório da inspeção feita no Tribunal de Justiça do Paraná deve sair até março. Em Pernambuco, o conselho identificou 33 falhas no Judiciário

Confira a situação atual e as metas para os próximos anos do Tribunal de Justiça |
Confira a situação atual e as metas para os próximos anos do Tribunal de Justiça (Foto: )
Gilson Dipp, corregedor nacional da Justiça: falhas no Judiciário paranaense |

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Gilson Dipp, corregedor nacional da Justiça: falhas no Judiciário paranaense

Confira os pontos fortes e fracos do Judiciário Paranaense |

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Confira os pontos fortes e fracos do Judiciário Paranaense

Mesmo que o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) comece 2010 com o pé direito, a instituição pode passar por momentos difíceis ainda nos primeiros meses do ano. Até março, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deve divulgar o relatório da inspeção feita no Judiciário paranaense durante a segunda semana de novembro. Apesar de o CNJ não ter feito nenhum comentário sobre a vistoria realizada no estado, uma coisa é certa: os problemas detectados terão de ser resolvidos com rigor e rapidez.

Prova disso são os relatórios das fiscalizações feitas em outros tribunais. O órgão de controle tem demorado, em média, quatro meses para divulgar o resultado das correições que faz nas unidades judiciárias. Na última sessão plenária do ano, em 16 de dezembro, o CNJ aprovou o relatório sobre a inspeção feita no Judiciário do Pernambuco, que foi realizada em agosto.

O documento identificou 33 procedimentos de gestão administrativa ou financeira em desacordo com as normas vigentes. Cada um deles deverá ser resolvido em um prazo estipulado pelo CNJ – 30, 60 ou 90 dias, geralmente.

Por exemplo: no prazo mais curto, o Tribunal de Justiça de Pernambuco deverá exonerar os servidores enquadrados em casos de nepotismo e em dois meses, extinguir os cargos de comissão que não possuam natureza de direção, chefia ou assessoramento.

Além disso, o CNJ exigiu que o tribunal informasse, em 30 dias, os processos e prazos que tramitam na corregedoria estadual e os procedimentos adotados para reduzir a morosidade de julgamentos, entre várias outras determinações. Também foi exigido, no prazo de 60 dias, resposta sobre a resolução de falhas detectadas nos cartórios judiciais e extrajudiciais. Entre elas estão a demora na prestação de serviços, a falta de autenticidade de algumas práticas e a precariedade dos sistemas de informática.

Para algumas situações consideradas mais graves, o CNJ determinou a solução do problema imediatamente. Um caso assim ocorreu com o Tribunal de Justiça do Espírito Santo, que teve de rescindir, o mais breve possível, contrato com uma firma que fazia degustação de café.

Muita reclamação

O TJ foi o 16.º tribunal a receber a inspeção do CNJ e se destacou pelo grande número de reclamações feitas pela população. Em cinco dias, uma equipe do CNJ atendeu cerca de 500 pessoas – número recorde registrado pelo conselho até agora. Dessas, 40 puderam apresentar suas observações durante audiência pública sobre o Judiciário paranaense, assim como a Ordem dos Ad­­­vogados do Brasil (OAB), a Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar) e dezenas de representantes de outras instituições e categorias.

Durante a inspeção feita pelo CNJ no Paraná, o corregedor nacional da Justiça, ministro Gilson Dipp, falou sobre alguns pontos falhos do Judiciário estadual. Ele comentou sobre o número reduzido de varas de Família em Curitiba (apenas quatro), a falta de estrutura da primeira instância, a demora para a estatização dos cartórios judiciais – algo previsto na Constituição de 1988 – e os problemas dos cartórios extrajudiciais (que fornecem certidões e registram contratos).

Balanço

O TJ, por meio da assessoria de imprensa, informou que a visita do CNJ foi "salutar e bem-vinda, pois suas atividades por certo contribuem para o aprimoramento do Judiciário paranaense". O tribunal diz ainda que todas as metas estipuladas pelo conselho ou já foram cumpridas ou estão sendo objeto de atenção e providências.

O ano de 2009 foi classificado como positivo para o TJ, apesar das restrições econômicas pelas quais passou por conta da crise. "Significativos avanços foram obtidos nas mais variadas áreas do tribunal, importando em modernização e aprimoramento do setor administrativo e também no âmbito jurisdicional", diz a nota encaminhada pelo TJ.

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Interatividade

As cobranças feitas pelo CNJ vão conseguir reverter as falhas no Judiciário paranaense?

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