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O curitibano conheceu nos últimos dias, graças ao esforço da repórter Caroline Olinda, que ouviu um a um, o que pensam oito dos pré-candidatos à prefeitura. Em outubro, eles estarão disputando o comando da capital. E o que fica claro nos textos publicados ao longo das últimas duas semanas neste jornal é que nada de muito novo parece estar sendo oferecido à cidade.

Cada candidato teve a oportunidade de responder, entre outras, a duas perguntas que deveriam ser sopa no mel para alguém que quer governar a cidade. Que inovação pretende implantar por aqui? E que ideia de outra cidade pensa em adaptar para Curitiba? O tipo de pergunta fácil, daquelas que o professor poria numa prova só para não correr o risco de dar zero a algum aluno menos aplicado.

Mas o resultado das respostas dá um certo desânimo. Um dos candidatos, Ratinho Júnior (PSC), disse que a ideia que ele adaptaria de outra cidade vinha de Madri. O leitor deve ter ficado atento: quantas coisas interessantes deve haver em Madri para serem copiadas! Qual seria a escolhida por Ratinho? Cha­farizes. Sim, o candidato quer mais chafarizes em Curitiba...

Mesmo sem a resposta folclórica (mais curiosa, talvez, só a de Renata Bueno, do PPS, que escolheu o Oil Man como "personalidade histórica de Curitiba"), o resultado geral é fraco. Até Rafael Greca, que já foi prefeito e conseguiu mostrar mais conhecimento do que a média dos pré-candidatos, saiu pela tangente numa das perguntas. O que traria de outra cidade? "A tradição cultural de Roma, a mobilidade de Paris, a animação de Nova York e a alegria do Rio de Janeiro." Para quem gosta de ideias impossíveis, pode soar interessante. Para quem quer uma cidade melhor de fato, um prefeito que pretende importar alegria do Rio não está dizendo absolutamente nada.

Gustavo Fruet (PDT), além de não ter nem de perto conseguido explicar a contradição de ter mudado do PSDB para um partido ligado ao PT de Dilma Rousseff, disse que o Brasil vai na contramão ao ter cidades grandes demais.Verdade. Mas não há como diminuir a cidade. E a simples desconcentração, sugerida pelo candidato, não elimina a maior parte dos problemas de uma cidade grande (exceto, talvez, pelo trânsito).

Boa parte das respostas teve a ver com metrô. Angelo Va­­nho­­­­ni, do PT; Fabio Camargo, do PTB; e Renata Bueno foram nessa linha. Mas o metrô já está a caminho. E fazer dessa a grande nova ideia para a nova gestão ou é querer reinventar a roda ou é chover no molhado. Tadeu Veneri (PT) disse que gostaria que as pessoas olhassem de um jeito diferente para o ônibus...

Quem quer ser prefeito de uma cidade de 1,6 milhão de habitantes, com orçamento que logo chegará a R$ 5 bilhões ao ano, tem a obrigação de ter, no mínimo, soluções inovadoras. Ainda mais para candidatos de oposição, que pretendem mostrar que têm algo a acrescentar ao que já vem sendo feito. Quanto ao atual prefeito, Luciano Ducci (PSB), fica outro tipo de decepção: pela negativa de falar aos eleitores. Vejamos o que ele terá a dizer mais para frente.

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