Partindo do pressuposto de que não existe vácuo em política, com quase quatro anos de antecedência já começam a se mover as peças do tabuleiro da sucessão no governo do estado em 2010.
Ocupam seus lugares nesse tabuleiro candidatos pré-declarados dos quatro grandes partidos com atuação no Paraná. Pelo PMDB, o único nome que desponta é o do vice-governador Orlando Pessuti, que provavelmente terá como cacife o fato de estar ocupando o Palácio Iguaçu à época da eleição, já que se prevê que o titular, Requião, pretende se desincompatibilizar para concorrer à Presidência ou, se for mais realista, ao Senado.
Já o PSDB se apresenta com três nomes: o prefeito Beto Richa, o senador Alvaro Dias e o deputado Gustavo Fruet. Cada qual membro de uma das três grandes facções em que se divide o partido: a ala de Hermas Brandão (ou de Requião, tanto faz), a ala alvarista (que estaria à procura de uma aliança com Hermas ou com Requião, tanto faz) e a ala dita afirmativa, representada por Gustavo Fruet.
O senador Osmar Dias recusou convites do PSDB e do PFL e prefere reinar sozinho no PDT. Anda entusiasmado com a possibilidade de vir a ser ministro da Agricultura de Lula, o que lhe daria maior densidade eleitoral para entrar de novo na disputa pelo Iguaçu.
O nome do PT é Jorge Samek, atual presidente da Itaipu. Consta que estaria trabalhando para tornar-se ministro da Reforma Agrária idéia do agrado de Lula, pois teria em seu governo um representante do agronegócio (Osmar) e em Samek um correligionário afinado com a política social.
A Ferroeste e suas explicações
A Ferroeste fez publicar no site da Agência Estadual de Notícias, na última sexta-feira, uma longa nota em que tenta desmentir informações publicadas por esta coluna a respeito do caos instalado no trecho ferroviário GuarapuavaCascavel. Tentou, frise-se, pois na verdade só o que conseguiu foi aprofundar o grau de incerteza jurídica das medidas tomadas pelo governo e da desconfiança quanto à competência operacional do novo gestor da ferrovia, a estatal Ferroeste. Para que não se alegue mais que a coluna não ouviu a empresa o que não é verdade, pois esperou o que pôde que lhe fossem enviadas prometidas explicações , nova bateria de perguntas foi encaminhada à direção da Ferroeste. Na próxima semana, com ou sem respostas, o assunto certamente voltará à pauta.
Desobediente pode pegar até prisão
Não fica bem a um agente público, principalmente em se tratando de um secretário de Segurança Pública cargo pelo qual lhe compete, mais do que a outros, zelar pela obediência à lei , fugir do cumprimento de ordens judiciais. No artigo 330, o Código Penal define isso como crime e estabelece pena de 15 dias a 6 meses de detenção a quem o cometer.
É neste dispositivo que estariam incursos salvo razões muito bem justificadas o secretário Luiz Fernando Delazari e também o comandante da Polícia Militar, coronel Nemésio Xavier. Ambos o segundo com a atenuante de ter cumprido ordem do primeiro desobedeceram à determinação do juiz da 4.ª Vara da Fazenda Pública de garantir segurança para desocupação de uma área urbana em Curitiba. O secretário, segundo relato lavrado por oficial de justiça, teria preferido se render aos apelos de uma diretora da Sanepar (professora Arlete Rosa, do Meio Ambiente e Ação Social ) e mandou a PM suspender a ação.
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Em outra frente, o mesmo secretário responde à obrigação de decidir-se entre permanecer na pasta da Segurança ou voltar à ativa como promotor. De acordo com a lei, promotores não podem exercer cargos no Executivo e, por decisão do Ministério Público, Delazari tem de fazer a opção tão logo seja notificado coisa que, estranhamente, a corregedoria do MP encontra dificuldades para fazer.
A título de colaboração, um leitor da coluna sugere que Delazari seja procurado na manhã de terça-feira próxima, no auditório do Museu Oscar Niemeyer, onde se realiza a reunião da Escola de Governo. Requião avisou que todo secretário que não comparecer será sumariamente demitido. Então, de duas, uma: ou Delazari poderá ser encontrado e notificado lá, ou, não comparecendo, será demitido. Nesse caso, sem o cargo, volta a ser promotor e tudo fica resolvido.



