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Celso Nascimento

A bagagem de Beto Richa

Após ausência de 11 dias do Palácio Iguaçu para se dedicar à missão que o levou à China, Dubai e Itália, o governador Beto Richa voltou ontem ao cargo. Seu primeiro ato foi lançar 30 patrulhas rodoviárias – um conjunto de equipamentos cedidos a prefeituras do interior para que elas próprias façam a conservação de estradas rurais – 110 mil quilômetros de rodovias precárias por onde passam 30 milhões de toneladas da produção agropecuária estadual.

Com isto, ao aproximar-se da metade de seu mandato, Richa cumpre metade do que prometeu na campanha, isto é, que em sua gestão criaria 60 patrulhas rodoviárias, ideia que – apregoava ele – nasceu quando seu pai, José Richa, governou o Paraná há quase 30 anos.

Sobre a bagagem que trouxe da peregrinação, resumiu: na China, manteve contatos com uma empresa da área energética (com a qual a Copel já mantém parceria) e com fabricantes de lâmpadas de LED. Em Dubai e na Itália, seus contatos ficaram na área diplomática: encontrou-se com o embaixador brasileiro nos Emirados Árabes e com o consulado em Milão. Citou também ter tido contato com áreas empresariais, mas não mencionou nenhuma definição mais concreta de eventuais interessados em investir no estado.

Fora isso, a entrevista do governador serviu para manifestar sua indignação contra o deputado Tadeu Veneri que, estranhando a inclusão, já no decurso da viagem, da escala em Dubai, assinou requerimento (não aprovado pela Assembleia), visando a eliminar a dúvida sobre se Richa pretendia assistir ao grande prêmio da Fórmula 1 que corria naqueles dias no autódromo de Abu Dhabi. "É um deputado irresponsável; eu tenho o meu cartão de embarque para provar que eu cheguei um dia depois a Dubai", afirmou o governador, na parte mais substanciosa da entrevista.

À rádio CBN, que gravou a fala, deixou na fita alguns segundos de silêncio quando o governador foi indagado a respeito da Adin que ele ajuizou contra o Tribunal de Contas e que começou a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada. Após o silêncio constrangedor, Richa se disse desinformado sobre o assunto: "Vou ver melhor isso aí", encerrou.

Para quem não sabe: a Adin impetrada por Richa contra o Tribunal de Contas versa sobre a suposta ilegalidade de resoluções baixadas pelo TC que ampliam o seu poder de controle sobre repasses públicos para entidades privadas. Isto é, obriga o governo estadual, os municípios e as próprias instituições privadas (Ongs, por exemplo) a alimentar on-line o SIT – Sistema Integrado de Transferências – com informações precisas. O objetivo é garantir transparência aos gastos nessa área e permitir melhor fiscalização pelo Tribunal de Contas, como é de seu papel. A Adin ajuizada pelo governo argumenta que, com esta medida, o TC estaria invadindo a área de competência de outros poderes e por isso quer vê-la revogada.

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