• Carregando...

Amanhã tem assembleia-geral extraordinária da Sanepar. O singelo edital de convocação mencionou apenas um assunto a ser deliberado: "Destituição e eleição de membros do Conselho de Adminis­­tração". E mais nada haverá a tratar. Como o governo é o maior acionista, o voto preponderante será o dele. Portanto, destituir e eleger conselheiros serão atos de sua exclusiva responsabilidade.

Por que se faz isso a menos de dois meses do término da atual gestão? Porque, segundo consta, nas duas últimas reuniões do Conselho Administrativo, com a atual composição, sequer houve clima para votar uma proposta do presidente da empresa, Hudson Calefi, para que a companhia reconhecesse e pagasse discutíveis dívidas cobradas por empreiteiras. Calcula-se que o valor de tais "dívidas" ultrapassaria a casa do R$ 100 milhões.

O conselho é formado por nove membros – cinco deles representam o estado; os outros quatro, os sócios privados minoritários. Em tese, portanto, seria possível aprovar qualquer coisa que o governo quisesse. Na prática, porém, a teoria é outra: nem todos os cinco conselheiros indicados pelo governo estão dispostos a referendar a proposta da diretoria.

O presidente Hudson Calefi considera que não pode contar com os votos do ex-procurador-geral do estado Carlos Marés de Souza e de Tatiana Iatauro – dois remanescentes do período do governo Requião. Se permanecerem, a contagem tende a ser de apenas três votos favoráveis contra seis. Logo, tornou-se urgente destituí-los para gantir o placar de 5 a 4. Não se tem informação, ainda, a respeito de quem os substituirá.

A assembleia-geral será a derradeira cartada para que a diretoria da Sanepar satisfaça os credores. Na verdade, esta é a segunda tentativa que faz com o mesmo objetivo. No início de agosto passado, dois meses antes das eleições para o governo estadual, Calefi tentou reformar o estatuto social da companhia de modo a permitir que a diretoria tomasse decisões quanto a despesas de grande monta sem precisar de autorização prévia do conselho. Atualmente, gastos acima de R$ 100 mil obrigatoriamente passam pelo crivo dos conselheiros.

A tentativa de mudança do estatuto foi barrada porque já na ocasião a maioria dos conselheiros suspeitou das intenções. Agora, tenta mudar a composição do conselho para obter a pretendida liberdade.

Olho vivo

Renova? 1

A eleição para a nova mesa da Câmara Municipal de Curitiba só acontecerá em janeiro, mas já vão adiantadas as negociações internas. O atual presidente, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), que já acumula cinco gestões no cargo, pretende continuar ocupando a cadeira. Vale-se de uma dúbia interpretação do regimento interno da Casa a respeito de reeleições sucessivas para o posto. Há quem diga que ele estaria impedido de concorrer outra vez.

Renova? 2

Enquanto isso, cresce um ainda surdo e discreto movimento de oposição à recondução de Derosso: 18 vereadores que formaram desde o início do mandato a bancada informal e plupartidária dos "novos" acreditam que poderão lançar candidato próprio e conquistar a presidência. São citados como eventuais candidatos os vereadores Caíque Ferrante (PRP) e Renata Bueno (PPS).

Renova? 3

Numa Câmara com 38 vereadores, 18 não formam a maioria necessária – mas representam um grande peso para participar de negociações. Derosso até pode receber o apoio deles, mas, em troca, querem cargos estratégicos na mesa, como a vice-presidência e a primeira-secretaria, por exemplo. Tais postos, acreditam, já lhes dariam a oportunidade de implementar medidas de modernização da Câmara, dentre as quais a de redução do exagerado número de servidores comissionados.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]