Ex-presidente estadual do PT e agitado personagem dos bastidores políticos, o deputado André Vargas tem unido sua nova condição a de secretário nacional de Comunicação Social do partido para fazer o que mais sabe, isto é, agitar o ambiente com informações de bastidores. Ontem, por exemplo, saiu-se com uma declaração enigmática que de tão enigmática despertou curiosidades.Disse ele: "Estamos [o PT] construindo de verdade um palanque para Dilma, Pessuti, Osmar, Requião e Gleisi, com PR, PCdoB, PTB e talvez o PP". Em seguida complementou: "Pessutão está animado. Vou procurá-lo amanhã [hoje] em Curitiba. O cenário político do Paraná pode mudar vertiginosamente. Sei que o Osmar estará conosco."
As frases mais se parecem com centúrias de Nostradamus e, como elas, podem ser interpretadas de acordo com o gosto do freguês. Por isso, o melhor a se fazer é ir direto à fonte para se saber o que o "profeta" quis realmente dizer.
Vargas estava ontem em Londrina, cidade que abastece suas votações e, de lá, explicou que:
- O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, conversou demoradamente com o senador Osmar Dias, por telefone, na última sexta-feira. E acertaram os ponteiros quanto ao interesse de ambos os lados em retomar as conversações para a montagem da aliança PT/PDT no Paraná.
- Amanhã, Dutra e o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, fazem o mesmo em Brasília.
- Sabe-se de antemão que Lupi diante dos boatos de que Osmar poderia desistir do governo e candidatar-se à reeleição ao Senado, já teria declarado duas coisas: a) prefere Osmar disputando o governo; e b) não admite que, decidindo-se pelo Senado, o PDT se alie ao PSDB de Beto Richa.
- O governador Orlando Pessuti acompanha com interesse toda a movimentação. E já teria sinalizado que, sendo Osmar candidato ao Senado, teria o maior prazer em fazer dele seu companheiro de chapa, assim como a petista Gleisi Hoffmann. Requião e o presidente estadual do PP, Ricardo Barros, também comporiam seu séquito de postulantes ao Senado.
- Ficaria mantido o acordo de Pessuti com o PT mesmo que Osmar mantenha-se candidato ao governo. Tanto o PT quanto Pessuti enxergam que a eleição só será decidida no segundo turno. O acordo entre eles seria mantido se perder no primeiro turno, Pessuti apoia Osmar. E vice-versa.



