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Nem bem terminou uma festa, já é chegada a hora de arrumar o salão para a próxima. A mais imediata diz respeito à eleição em segundo turno para a Presidência da República. Em seguida, vêm os preparativos para as eleições municipais de 2012, focada principalmente na capital. Tudo tranquilo? Nem tanto.

Com um governador eleito pelo seu partido, o tucano José Serra não terá tanta dificuldade para ampliar seu cabedal de votos no Paraná – um dos oito estados, dentre 27, em que o ex-governador paulista sobrepujou a petista Dilma Rousseff. Contam a seu favor o perfil mais conservador do eleitorado paranaense e as novas facilidades de adesão que se abrem com a vitória de Beto Richa. Conta também o excelente desempenho de Gustavo Fruet, quase eleito senador. Se até as eleições Fruet era um político de Curitiba, passou agora a ser conhecido e reconhecido por sua estatura estadual, com a imagem enriquecida pelos três combativos mandatos de deputado federal que desempenhou. Junto com Alvaro Dias, será um dos puxadores de voto para Serra.

Do outro lado, para apoiar Dilma, sobraram as forças fragmentadas que se ajambraram com enormes dificuldades em torno de Osmar Dias. Há entre elas um candidato derrotado e um senador eleito por margem estreita e atritado com todos. Mais: há um Orlando Pessuti, governador que, apesar dos méritos e do empenho que demonstrou ao longo da campanha, cumpre a partir de agora apenas a tarefa de apagar as luzes do palácio.

Requião, o senador eleito por um fio, já afirmou que ocupará suas horas ociosas a combater o governador que se despede. E é possível também que a natureza de escorpião faça-o voltar a picar o candidato a governador derrotado que o ajudou a atravessar o rio.

As urnas indicaram para Requião a proximidade do seu ocaso definitivo: dentre os quatro principais candidatos, ocupou sempre o quarto lugar nas disputas travadas nos centros mais importantes. Curitiba foi um caso gritante: fez apenas 16% dos votos da capital. Londrina, Cascavel, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa foram outras cidades que lhe deram votações bastante nanicas. Com esse desempenho, que ajudou a derrotar Osmar, de que vale sua ajuda a Dilma?

Desses todos, para felicidade de Serra, Dilma não poderá contar com auxílio importante para conquistar a maioria do 6.º maior colégio eleitoral do país. Em compensação, terá a seu lado a senadora Gleisi Hoffmann, protagonista de campanha impecável que a levou a ter 500 mil votos a mais do que seu experiente companheiro de chapa, Roberto Requião, e – pasmem! – a ter mais votos até mesmo do que o governador eleito. Gleisi somou 3,2 milhões de votos, enquanto Richa pouco passou dos 3 milhões.

Terá também o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o trator a quem o presidente Lula deu a tarefa de organizar a esquadra brancaleone paranaense que, mesmo aos trancos e barrancos, cumpriu a ordem unida para dar palanque à candidata Dilma Rousseff. Se o resultado não foi o esperado, seria pior sem a articulação de Bernardo.

O PT sobreviveu às profecias de que, em razão da coligação montada para apoiar Osmar Dias, teria suas bancadas de deputados estaduais e federais dizimadas. As predições não se concretizaram e os petistas, se não cresceram, também não diminuíram.

A eles devem se somar a alguns poucos deputados do PMDB – este sim o partido que mais perdeu bancada. Como se sabe, peemedebistas procuram estar sempre ao lado do governo – do futuro governo, seja lá quem for. Assim como vários deles queriam estar ao lado de Beto quando prognosticavam sua vitória, o mais provável é que a maioria se alinhe agora a José Serra. Ou não.

A eleição para prefeito de Curitiba é o outro capítulo. Será examinado amanhã.

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