Um documento assinado pelo diretor do hospital regional da Lapa, coronel Antônio Lemos, impõe rígida disciplina aos pacientes internados. Diz a Ordem de Serviço Interna 02/ 2008, por exemplo, que "paciente que retirar-se (sic) dos limites do hospital não será procurado, não haverá busca ativa do mesmo por nenhum setor."
Em outro item, o mesmo documento determina que "paciente que evadir-se (sic), seja qual for o motivo, automaticamente sofrerá alta por fuga ou alta por indisciplina". E completa: "Não cabe à enfermagem nem à vigilância sair dos domínios do hospital à procura de pacientes".
O hospital, segundo informou ontem a Agência Estadual de Notícias, dispõe de uma clínica de infectologia que "é referência nacional para o tratamento de tuberculose". Aliás, com o nome de Sanatório São Sebastião, era para ele que já há quase um século eram encaminhados para tratamento pacientes de tuberculose do Paraná e de outros estados.
Perigo
Estão sob essa disciplina os também internos do setor de infectologia. Assim, é bem provável, portanto, que, havendo altas disciplinares, doentes graves voltem ao convívio social ou de suas famílias com dois perigos: a) a interrupção do tratamento não lhes garante a cura e pode levá-los à morte; e b) é grande o risco de contágio para outras pessoas com as quais tiverem contato. O contágio ocorre através da tosse, fala e espirro, durante os quais o doente elimina os bacilos, que ficam em suspensão no ar e são inalados pela pessoa próxima.
Sem nomeações
Apesar da negativa repercussão causada pelas falhas de investigação do "crime do Morro do Boi", a Secretaria de Segurança Pública não se manifestou sobre a urgente necessidade de melhorar as condições de trabalho da Polícia Científica. Faltam 400 policiais no quadro e um concurso, realizado há dois anos, cobriria metade dessa necessidade, mas nenhum dos 200 aprovados foi nomeado até agora.
Seria da Polícia Científica, desde o início da apuração do caso em que um maníaco matou um jovem e deixou a namorada dele paraplégica, em Guaratuba, na temporada passada a responsabilidade de tirar todas as dúvidas sobre balística, DNA das roupas encontradas, etc., para elucidar o crime. O resultado foi constrangedor: por falhas técnicas, há hoje dois autores para o mesmo crime, sendo que um deles é inocente.



