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Olho vivo

CPI dos Portos 1

Instalada ontem na Assembleia Legislativa a CPI dos Portos, proposta pelo deputado Douglas Fabrício, do PPS, que será seu presidente. Com 11 membros indicados pelas bancadas, a CPI pretende aprofundar as investigações já iniciadas pela Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal, que já desvendaram grande parte da teia de interesses escusos que vinham marcando as administrações dos portos de Paranaguá e Antonina durante o governo Requião.

CPI dos Portos 2

Algumas prisões chegaram a ser decretadas pela Justiça, dentre as quais a do ex-superintendente Daniel Souza, mas o inquérito da Operação Dallas, da Polícia Federal, apontou a participação de outros responsáveis por desvios de cargas, licitações fraudadas e outras irregularidades, ainda não alcançados por medidas judiciais. Um dos principais indiciados contra quem o juiz federal Marcos Josegrei, de Paranaguá, não decretou prisão preventiva é o ex-superintendente Eduardo Requião, que na Operação Dallas apareceu sob o codinome "Crocodilo".

CPI dos Portos 3

Segundo o deputado Douglas Fabrício, os primeiros passos da CPI consistirão em conhecer fisicamente as instalações dos portos – especialmente os pontos que se apresentavam como mais vulneráveis à atuação das quadrilhas. As balanças (que eram adulteradas) será um desses pontos. Só depois disse é que os envolvidos serão convocados a prestar depoimentos.

Não deve passar do fim desta semana a definição do ex-deputado Gustavo Fruet quanto ao rumo que deve tomar a pretensão de ser candidato a prefeito de Curitiba. Já é certo que no PSDB ele não ficará, mas o nome da nova legenda à qual se filiará deverá ainda passar por aceleradas negociações em dois pontos geográficos distantes – um, situado no Planalto Central do país, outro no primeiro planalto paranaense.

Um dos motivos da pressa foi a declação do governador Beto Richa no último sábado, durante contato que manteve com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, em visita a Curitiba para filiar novos membros para o partido que está fundando, o PSD. Embora insistentemente convidado para filiar-se à nova agremiação, Gustavo sequer compareceu ao evento que reuniu em Santa Felicidade cerca de 500 lideranças da capital e interior do estado.

Por cortesia, lá estiveram também o governador e o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, do PSB. Sentiram-se em casa, pois grande parte dos convivas – e dos novos filiados – era formada de amigos e políticos com os quais ambos tracionalmente militam. São egressos, principalmente, do PP e do DEM, partidos que participam das administrações estadual e municipal da capital.

Indagado sobre as possibilidades de Gustavo Fruet permanecer no PSDB e ainda ter chances de vir a ser o candidato da legenda à prefeitura de Curitiba, Richa não conseguiria ser mais claro do que o foi em suas declarações: "Temos três meses para conversar. Vamos falar com o Gustavo, com o grupo do PSB, para ver se é possível uma união. Se não for, paciência, teremos dois candidatos e, quem sabe, um segundo turno, com união lá na frente."

Não há tradução possível que não seja a seguinte: Beto passou a considerar a possibilidade de lançar dois candidatos a prefeito – um pelo próprio PSDB, no caso Gustavo Fruet; e outro pelo PSB, Luciano Ducci. Para quem, até há poucos dias, enviava recados de que o seu delfim era Luciano, a nova posição revelou insegurança quanto ao perigo de ter Gustavo Fruet no campo da oposição, sem chance de aliança mesmo em segundo turno.

A voz conciliadora de Beto Richa chegou em Brasília com sinal trocado: aliados de Fruet trataram do procurar rapidamente a senadora Gleisi Hoffmann e o ministro Paulo Bernardo buscando dar seguimento a conversas preliminares iniciadas há um mês. Tais conversas apalpam a ideia, cada vez mais concreta e conveniente para os dois lados, de que o PT e os demais partidos da base do governo federal podem ajudar na formação de uma grande aliança em favor da eleição de Gustavo para a prefeitura em 2012, e este, em contraprtida, já prefeito, poderia contribuir politicamente para a campanha da senadora Gleisi Hoffmann para o governo estadual em 2014.

A aproximação entre Gustavo, Gleisi e Paulo Bernardo está sendo feita por um amigo comum – um ex-deputado com amplo trânsito e respeito entre eles. Os contatos já deram o primeiro resultado: as portas se abriram para conversas diretas com Gustavo Fruet nesta semana em Brasília, e paralelas com outros partidos da base da presidente Dilma Rousseff – que, aliás, também não estaria alheia aos acontecimentos.

Agora é só uma questão de tempo. Pouco tempo.

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