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Celso Nascimento

Futuro de Fruet interessa a Brasília

Não deve passar do fim desta semana a definição do ex-deputado Gustavo Fruet quanto ao rumo que deve tomar a pretensão de ser candidato a prefeito de Curitiba. Já é certo que no PSDB ele não ficará, mas o nome da nova legenda à qual se filiará deverá ainda passar por aceleradas negociações em dois pontos geográficos distantes – um, situado no Planalto Central do país, outro no primeiro planalto paranaense.

Um dos motivos da pressa foi a declação do governador Beto Richa no último sábado, durante contato que manteve com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, em visita a Curitiba para filiar novos membros para o partido que está fundando, o PSD. Embora insistentemente convidado para filiar-se à nova agremiação, Gustavo sequer compareceu ao evento que reuniu em Santa Felicidade cerca de 500 lideranças da capital e interior do estado.

Por cortesia, lá estiveram também o governador e o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, do PSB. Sentiram-se em casa, pois grande parte dos convivas – e dos novos filiados – era formada de amigos e políticos com os quais ambos tracionalmente militam. São egressos, principalmente, do PP e do DEM, partidos que participam das administrações estadual e municipal da capital.

Indagado sobre as possibilidades de Gustavo Fruet permanecer no PSDB e ainda ter chances de vir a ser o candidato da legenda à prefeitura de Curitiba, Richa não conseguiria ser mais claro do que o foi em suas declarações: "Temos três meses para conversar. Vamos falar com o Gustavo, com o grupo do PSB, para ver se é possível uma união. Se não for, paciência, teremos dois candidatos e, quem sabe, um segundo turno, com união lá na frente."

Não há tradução possível que não seja a seguinte: Beto passou a considerar a possibilidade de lançar dois candidatos a prefeito – um pelo próprio PSDB, no caso Gustavo Fruet; e outro pelo PSB, Luciano Ducci. Para quem, até há poucos dias, enviava recados de que o seu delfim era Luciano, a nova posição revelou insegurança quanto ao perigo de ter Gustavo Fruet no campo da oposição, sem chance de aliança mesmo em segundo turno.

A voz conciliadora de Beto Richa chegou em Brasília com sinal trocado: aliados de Fruet trataram do procurar rapidamente a senadora Gleisi Hoffmann e o ministro Paulo Bernardo buscando dar seguimento a conversas preliminares iniciadas há um mês. Tais conversas apalpam a ideia, cada vez mais concreta e conveniente para os dois lados, de que o PT e os demais partidos da base do governo federal podem ajudar na formação de uma grande aliança em favor da eleição de Gustavo para a prefeitura em 2012, e este, em contraprtida, já prefeito, poderia contribuir politicamente para a campanha da senadora Gleisi Hoffmann para o governo estadual em 2014.

A aproximação entre Gustavo, Gleisi e Paulo Bernardo está sendo feita por um amigo comum – um ex-deputado com amplo trânsito e respeito entre eles. Os contatos já deram o primeiro resultado: as portas se abriram para conversas diretas com Gustavo Fruet nesta semana em Brasília, e paralelas com outros partidos da base da presidente Dilma Rousseff – que, aliás, também não estaria alheia aos acontecimentos.

Agora é só uma questão de tempo. Pouco tempo.

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