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Celso Nascimento

Gaúchos e catarinenses se queixam do Paraná

Preste atenção neste cronograma:

- 12 de novembro de 2012: os quatro governadores dos estados que compõem o Codesul – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul – se reuniram e combinaram aumentar o capital do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento) em R$ 600 milhões. Cada um dos três primeiros estados contribuiria com R$ 200 milhões.

- 9 de maio de 2013: Santa Catarina deposita a parcela que lhe correspondia, de R$ 200 milhões.

- 23 de dezembro de 2013: o governo do Rio Grande do Sul cumpre a sua parte.

- 19 de março de 2014: o governo do Paraná, 16 meses após ter firmado o compromisso, compareceu a uma nova reunião do Codesul para prometer que, tão logo tivesse liberado o empréstimo de R$ 817 milhões do Proinveste, integralizaria sua participação no capital do banco de fomento.

- 3 de julho de 2014: o Banco do Brasil deposita no tesouro estadual os R$ 817 milhões do Proinveste.

- 23 de julho de 2014: o governador do Paraná assina ofício dirigido aos colegas lamentando que, por razões estratégicas, apesar de já ter recebido o dinheiro do Proinveste, não poderia ainda cumprir a palavra empenhada, e pediu prazo: afirmou que em 10 de setembro de 2014 depositaria no BRDE os R$ 200 milhões que lhe competem.

Faltam apenas três dias para o cumprimento da promessa – o que não significa, porém, que os governadores dos dois outros estados-sócios do BRDE (o MS pertence ao Codesul mas não é acionista do banco) nesta data deem por superada a amargura que sofreram durante todo o tempo de atraso do Paraná.

Pelo seguinte: a cada real dos fundos próprios do BRDE, o BNDES aporta R$ 6 suplementares para "engordar" a capacidade do banco regional de financiar a agricultura, a indústria e o comércio. Ou seja: enquanto não for confirmada a integralização do capital correspondente à parte do Paraná, o BRDE perde acesso a nada menos de R$ 1,2 bilhão do BNDES, dinheiro bastante para incrementar projetos privados de investimento a juros subsidiados. Cooperativas agropecuárias são o setor mais prejudicado. A amargura dos dois outros governadores vem, principalmente, do fato de que seus estados são inversamente beneficiados em relação ao Paraná.

Enquanto o Paraná utiliza 45% dos recursos disponíveis do BRDE, gaúchos e catarinenses têm de dividir os restantes 55% (na média pouco mais de 27% para cada um). São eles, no entanto, que já aportaram R$ 400 milhões no aumento do capital do BRDE. O que quer dizer que dinheiro gaúcho e catarinense está financiando o Paraná.

A secretaria de Comunicação do governo do Paraná garante que tudo vai dar certo: remanejamentos orçamentários já foram oficializados para permitir a liberação do recurso na data certa.

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