O que até há pouco tempo era tido como certo e irreversível, entrou desde ontem no pantanoso terreno do imponderável: ao contrário da expectativa alimentada há tempos, é provável que a ministra Gleisi Hoffmann não concorra ao governo estadual em 2014. Empenhada na própria reeleição, a presidente Dilma Rousseff pode pedir a Gleisi que reconsidere seus planos e permaneça na estratégica Casa Civil durante a campanha.
A possibilidade, com alto grau de incerteza, foi admitida ontem pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, marido de Gleisi. "Ainda falta conversar mais com a presidenta antes de se tomar qualquer decisão", advertiu o ministro. Que, em seguida, tomou o cuidado de não deixar a questão no vácuo: "Se não for a Gleisi, será o Osmar Dias ou o deputado Ângelo Vanhoni".
Enquanto isso, longe de Curitiba, em evento do Banco do Brasil (do qual é um dos vice-presidentes), Osmar Dias a tudo ignorava. Para ele, existem duas certezas: que Gleisi é candidata ao governo e ele ao Senado, numa chapa PT-PDT. Nem mesmo a candidatura do irmão, o senador Alvaro Dias (PSDB), à reeleição o impedirá de concorrer. "Nem quero perder tempo com essa discussão", afirmou Osmar em entrevista para emissora de rádio do interior.
Mac Donald entra no páreo
Independentemente das certezas e incertezas de uns e de outros, o ex-prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo Mac Donald, se apresenta para enfrentar Beto Richa no pleito do ano que vem. Seu nome foi lembrado, na semana passada, pela executiva nacional de seu partido, o PDT, em Brasília. Mac Donald topou o desafio imediatamente e até já iniciou articulações para viabilizar a candidatura e a treinar um forte discurso de oposição a Richa.
Segundo ele, o PDT entende que precisa ter candidato próprio no Paraná, não atrelado a outras legendas nem mesmo para disputar as eleições proporcionais. A estratégia de servir apenas para proporcionar tempo de televisão a candidatos de outros partidos ou de fazer número nas chapas de deputado estadual e federal tende a passar por uma mudança, diz Mac Donald.
A razão para a mudança de estratégia prende-se à necessidade do partido de eleger bancadas parlamentares mais expressivas. "Em 2008 elegemos um só deputado federal; em 2012, nenhum. Deputados estaduais também elegemos poucos. Se não tivermos candidato próprio na majoritária nem chapas exclusivas para concorrer nas proporcionais, vamos sempre repetir o mesmo fracasso", argumenta.
O raciocínio de Paulo Mac Donald não pressupõe necessariamente a desistência de Gleisi, mas também não acredita que Osmar Dias queira, outra vez, disputar o governo estadual, preferindo voltar para o Senado o que reforçaria a ideia de montar uma chapa pura para a majoritária.
Osmar, presidente estadual do PDT, não parece animado.



