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Voto em Dilma 1

Um perspicaz leitor, após saber que Beto Richa acreditava em tudo quanto a presidente Dilma Rousseff dizia sobre o Brasil-maravilha, concluiu que o governador tucano não votou no candidato do seu partido Aécio Neves – votou na petista Dilma. Durante quatro anos, o PSDB criticava o governo federal e, na campanha, Aécio, o candidato do mesmo PSDB de Richa, quase ganhou a eleição por denunciar as supostas empulhações de Dilma.

Voto em Dilma 2

Richa confessou em discurso e em artigo que, por acreditar em Dilma, balizou a administração do Paraná no que ela dizia sobre a solidez da economia nacional e sobre o promissor futuro do país. A Velhinha de Taubaté e Poliana dividiam com Richa a mesma sensação, mas só agora – depois de constatarem o estrago das finanças estaduais causado pela extremada crença no que a presidente propagandeava, é que descobriram que tudo era falso. Beto Richa votará em Aécio na próxima eleição.

Lixo 1

Depois de oito anos do lançamento da licitação internacional que prometia implantar um novo sistema de tratamento do lixo de 23 municípios da região metropolitana, a prefeitura de Curitiba volta ao tema. Aquela concorrência de 2007 continua enroscada na Justiça e, consideram os técnicos, as tecnologias que estavam propostas já estariam superadas. O jeito seria começar tudo do zero.

Lixo 2

Um organismo do Banco Mundial, especializado no assunto, foi contratado pela prefeitura para elaborar uma nova proposta, mais moderna e mais barata. Atualmente, a taxa de coleta de lixo paga pelos contribuintes não chega a custear 50% do gasto total com o sistema vigente.

Esta greve dos professores do Paraná já passou dos limites: mais de um milhão de alunos sem aulas, sérios problemas no cotidiano das famílias, vestibulares suspensos nas universidades. Na prática, o ano letivo nem começou. Já se perderam quase três meses de aula, o período das férias regulamentares de julho já está comprometido, assim como as do final deste e do início do ano que vem. Prejuízos incalculáveis, presentes e futuros.

Diante dessa situação de caos, é mais urgente encontrar soluções do que caçar culpados. Não leva a nada um lado apenas se ocupar em culpar o outro, um por não cumprir a lei da reposição inflacionária na data-base (8,17% em 1.º de maio), outro pela intransigência em manter fechadas as salas de aula. São coisas sabidas e repetidas à exaustão.

No meio dessa pendenga toda existe uma coisa chamada “interesse público”, valor muito maior do que todo o resto. Admitamos que, de fato, o governo não tenha caixa para liquidar a fatura de 8,17% senão pagando-a em suaves prestações; e admitamos também, com todas as letras, que o porcentual requerido pelos grevistas é absolutamente justo e legítimo, principalmente se pago à vista.

Entretanto, mais justo e legítimo é que se garanta o direito da maioria, isto é, dos estudantes de voltar às aulas; das famílias de recompor a normalidade da vida doméstica; de se saber em que datas serão os vestibulares; e dos inscritos no Enem de se prepararem minimamente para enfrentar o exame. O mais importante de tudo é evitar o agravamento do já irrecuperável prejuízo social causado.

Reconheça-se que, à exceção do radicalismo de alguns (geralmente embalados por motivos político-partidários), muitos setores da situação e da oposição estão conscientes de que, sem acordo, não se chegará a lugar algum. Foi nessa linha que se sucederam os discursos ouvidos ontem na Assembleia – tanto o do líder do governo, deputado Luiz Claudio Romanelli, quanto os dos opositores mais ligados à causa do professorado, como os petistas Tadeu Veneri e Professor Lemos.

Até o próprio presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano, se redimiu parcialmente das desastradas declarações da semana passada quando procurou difundir versões que comprometeriam as relações pacíficas vigentes entre os principais condutores das negociações. Ontem, ele disse o que todos queriam ouvir: a Assembleia não votará nenhum projeto de reajuste salarial (incluindo o de outros poderes) que não tenha sido fruto de acordo – posição bem diferente daquela de 29 de abril quando, desprezando o horror das bombas que explodiam do lado de fora, conduziu autoritariamente a votação do projeto de confisco da previdência.

Até o fechamento da coluna, ontem à noite, governo e deputados da base aliada estudavam uma nova proposta: reajuste de 8,7% em duas parcelas – 3,45% agora e outros 4,56% em dezembro. Quem sabe seja a luz no fim do túnel.

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