• Carregando...

Confirmado: o ex-governador João Elísio Ferraz de Campos será mesmo o coordenador-geral da campanha de Beto Richa ao governo do estado. Ele aceitou o convite para esta posição, mas recusou outro – o de ser o vice na chapa do ex-prefeito de Curitiba. João Elísio lembra que vice ele já foi uma vez – exatamente do pai de Beto, o falecido governador José Richa, no período 1983-1987, substituindo-o nos dez meses finais do mandato.

A coordenação da campanha envolve duras tarefas. A primeira delas é juntar as pontas ainda soltas no atual cenário pré-eleitoral do Paraná. E não são poucas. Para citar como exemplo apenas uma delas: se até poucas semanas atrás considerava-se que o senador Osmar Dias era firme candidato em aliança com o PT, já não há agora tanta certeza; nesse caso, melhor seria então que ele aceitasse ser reconduzido às suas origens – isto é, que o PDT voltasse a figurar na mesma frente partidária das eleições de 2006 (segundo turno) e da reeleição de Richa em 2008. Guarda-se para Osmar Dias um lugar privilegiado de candidato à reeleição para o Senado na chapa majoritária liderada por Richa.

Se tal esforço produzir o resultado esperado, a eleição paranaense ficará reduzida ao confronto de apenas dois candidatos viáveis – o próprio Beto Richa e o governador Orlando Pessuti, pelo PMDB. Nesse caso, o pleito será decidido já no primeiro turno.

Tudo isso se definirá seguramente nos próximos 15 ou 20 dias. Em junho, mês das convenções partidárias, o quadro estará desenhado em todos os seus contornos.

La nave va

A decisão do TRE que, na semana passada, determinou a continuidade do processo que examina o suposto uso de caixa 2 na campanha de reeleição de Beto Richa, produz seu primeiro efeito prático: chegam hoje ao juiz da 1.ª Zona Eleitoral os seis volumes com mais de 1.200 páginas contendo as peças iniciais de acusação e defesa. E já na próxima semana um dos réus desse processo, o prefeito Luciano Ducci poderá ser intimado para dar explicações, assim como seu antecessor e a direção do PSDB.

Se julgar que, de fato, houve caixa 2 na campanha, Ducci corre o risco de ser cassado – algo de que não padece Beto Richa, já que não tem mais mandato a ser cassado. Contra ele há controvérsias quanto à pena que poderá receber. Para alguns advogados, pode ser tornar inelegível; para outros, não há tal perigo.

Olho vivo

"Dez mais" 1

O desembargador Carvílio da Silveira Filho está de parabéns. De um mês para o outro, conseguiu tirar da prateleira 93 processos atrasados. Agora sua pilha está reduzida a 397; no mês anterior eram 490, assegurando a segunda colocação dentre os 10 desembargadores do Tribunal de Justiça que mais acumulam processos com excesso de prazo superior a 100 dias.

"Dez mais" 2

Pelo segundo mês consecutivo, o primeiro lugar ficou com seu colega Marco Antonio de Moraes Leite que, ao contrário de Carvílio, deixou a sua pilha de atrasados crescer de 552 (março) para 636 (abril), conforme registra o relatório mensal divulgado ontem pelo Tribunal de Justiça.

"Dez mais" 3

Os "dez mais" do mês são responsáveis por 1.769 do total de 1.871 processos atrasados em mãos dos 120 desembargadores do TJ. Esta dezena de magistrados é responsável, portanto, por quase 95% de todos os atrasos. A bem da Justiça (sem trocadilho), é preciso registrar que 87 desembargadores, a grande maioria portanto, estão com suas mesas, gavetas e prateleiras limpas – isto é, estão absolutamente em dia com o trabalho.

"Dez mais" 4

Eis a lista dos "dez mais" do mês de abril: Marco Antonio de Moraes Leite, 636; Carvilio da Silveira Filho, 397; José Marcos de Moura, 252; José Cichocki Neto, 162; Adalberto Jorge Xisto Pereira, 83; Cláudio de Andrade, 69; Ângela Khury Munhoz da Rocha, 50; Sonia Regina de Castro, 48; Gamaliel Seme Scaff, 42; e Idevan Lopes, 30.

"Dez mais" 5

Se o problema dos atrasos no alto escalão do Tribunal de Justiça se restringe praticamente a tão poucos desembargadores, na Justiça de 1.º grau a situação é mais grave. Nesta, os juízes de direito dispõem de estrutura precária e nem assessores que lhes facilitem o exame e julgamento da montoeira de processos que lhes chegam às mãos. Ao contrário, muitos deles pagam do próprio bolso os auxiliares de que precisam. É o que relata um dossiê preparado pela Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar), a ser entregue ao presidente do TJ, desembargador Carlos Hoffmann.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]