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Dória e  Ratinho Jr. | Reprodução/
Dória e Ratinho Jr.| Foto: Reprodução/

Movem-se as peças do xadrez político paranaense. Direta ou indiretamente, dizem respeito à sucessão estadual em 2018 e com os planos de Ratinho Jr. (PSD) de se firmar como opção preferencial do grupo político de Beto Richa.

Entre os movimentos, já está acertado que o ex-tesoureiro de campanha de Richa, Juraci Barbosa, presidente da Fomento Paraná, será nomeado nos próximos dias secretário estadual do Planejamento. Oficialmente, a mudança de cargo decorre da norma instituída pela “lei das estatais”, sancionada por Temer no ano passado, segundo a qual ex-dirigentes partidários (caso de Juraci, membro do diretório do PSDB), estão proibidos de ocupar a direção de empresas estatais.

Há, porém, controvérsias intestinas. O atual titular do Planejamento é Cyllêneo Pessoa Jr., indicado pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), cioso barão político sempre interessado em manter feudos no latifúndio governado por Beto Richa. Barros está irritado. Vê na defenestração de seu protegido mais uma investida de fogo amigo para queimar a candidatura de sua mulher, a vice-governadora Cida Borgheti, à sucessão estadual em 2018.

Sinais repetidos nas últimas semanas levam a crer que Richa estaria sendo levado rapidamente a se definir por Ratinho, único candidato popular (embora não favorito) a lhe garantir desde logo uma vaga de candidato a senador na sua chapa numa aliança com o PSDB. Mais: Beto já tem também a garantia de Ratinho de que terá a prerrogativa de definir o candidato a vice, igualmente um tucano de sua estima e de sua livre escolha.

Entre uma mesa de quibe e outra de frango com polenta, Ratinho Jr. se aproxima cada vez mais do governador, enquanto multiplica contatos com prefeitos de todas as regiões, aos quais brinda com verbas do Fundo de Desenvolvimento Urbano.

Em algumas tarefas, tem sido acolitado pelo pai e conselheiro político, o apresentador Ratinho, dono da Rede Massa de Televisão e responsável pela aproximação do filho com o prefeito de São Paulo, João Dória, este cada vez mais assanhado em disputar a Presidência. Aliás, Ratinho visitou Dória semana passada e, convenientemente (para ambos), distribuiu foto do encontro. Está certo que Dória não escolhe muito com quem ser fotografado: já fez selfie com o radical Bolsonaro e posou sorridente até com Rafael Greca, mas construir uma aliança no Paraná com Ratinho poderá lhe ser muito mais produtivo.

Resumo da ópera: esta movimentação toda, se se concretizar da forma como planeja Ratinho Jr., sobretudo se de fato estiver protegido pelas bênçãos de Richa, deixa para trás alguns destroços. Dentre eles a fragilização de Cida Borgheti. Seu marido, no entanto, hábil e ousado operador político, tende a não deixar barato: se Richa deixar do governo para sair candidato ao Senado, Cida assume a sua cadeira durante os estratégicos seis meses antes da eleição. E daí tudo pode acontecer.

Enquanto isso, Osmar Dias (PDT), amparado no favoritismo das pesquisas e no apoio do capilarizado setor agropecuário, ainda observa a paisagem. Prefere usar o tempo para definições partidárias e para construir alianças principalmente com grupos que preferem distância de Beto Richa.

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