Ainda restam quase três meses para que, nas convenções de junho, se desenhe o cenário definitivo de candidatos ao governo do estado mas a dinâmica natural da política produziu no último fim de semana dois fatos com potencial para influenciar os futuros movimentos. Um deles foi a desistência do ex-senador Osmar Dias de não disputar qualquer cargo eletivo este ano; outro, foi a decisão do PPS de lançar candidatura própria.
Osmar, que era cotado para ocupar a vice na sua chapa, abriu um rombo no projeto da petista Gleisi Hoffmann de ter a companhia de um nome competitivo do PDT e ao mesmo tempo capaz de minimizar a rejeição do interior rural ao PT. Nem mesmo o apelo final da presidente Dilma Rousseff, na sexta-feira último dia de prazo para que o ex-senador deixasse o cargo de vice-presidente do Banco do Brasil , conseguiu demover Osmar Dias de sua decisão de se manter à distância da eleição no Paraná.
A substituição por outro nome com semelhante expressão política ou ressonância junto a segmentos do eleitorado, como as que Osmar reuniria, é o tema que passa a concentrar as preocupações do PT para enfrentar a máquina eleitoral de Beto Richa (PSDB), candidato à reeleição.
O outro fato do fim de semana foi a definição do PPS de ter candidato próprio. A ideia é montar palanque no Paraná para o ex-governador Eduardo Campos (PSB), que concorrerá à Presidência em oposição a Dilma. Campos, que forma dobradinha com Marina Silva (Rede), encontrava-se órfão no estado, já que o principal nome do partido no Paraná, o ex-prefeito Luciano Ducci, tem compromissos com Richa, aliado do correligionário tucano Aécio Neves.
A tendência do PPS foi manifestada ontem, na Assembleia, pelo deputado Tercílio Turini, ao defender o afastamento do partido do governo Richa. Especula-se que o candidato natural a ser indicado seja o do seu presidente estadual e líder na Câmara Federal, deputado Rubens Bueno. Da história dele já constam duas disputas anteriores ao governo estadual (2002 e 2006), com desempenho suficiente para levar a segundo turno os pleitos de que participou.
Enquanto isso, prossegue a falta de clareza quanto ao modo como o PMDB participará da eleição se com candidato próprio ou se aliado na reeleição de Beto Richa. É ainda uma incógnita de difícil previsão mas parece a cada dia crescer a tendência pela adoção de candidatura própria e, no caso, a do senador Roberto Requião, que já registrou no partido a sua pretensão.
O ex-governador Orlando Pessuti se mantém na disputa pela vaga do PMDB, mas vem sendo tentado pelo PT a integrar a campanha de Gleisi Hoffmann. Sua presença ao lado de Gleisi daria chance também para a escolha de afilhado Sérgio Souza (suplente que por dois anos ocupou a cadeira de Gleisi) como candidato ao Senado.
Como diria Felini, la nave va.
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