O novo sistema de radares que a prefeitura de Curitiba pretende implantar na cidade foi testado e não conseguiu comprovar sua eficiência. Realizados os primeiros testes, foi reprovado, mas ganhou uma nova chance e, hoje, será submetido a novos exames. O sistema, proposto por um consórcio integrado pelas empresas Iessa Indra/Velsis uma delas de capital espanhol prometia atender ao edital do município que exige que as câmeras reconheçam placas e transmitam todos os dados de fiscalização do trânsito via rádio isto é, sem necessidade de canais de fibras óticas subterrâneas utilizadas até agora.
Boa no sentido de evitar que as ruas sejam esburacadas para a passagem dos fios, a ideia precisava comprovar, no entanto, que seria capaz e confiável no sentido de registrar com precisão o que mais interessa: as infrações de trânsito fatos geradores de multas e pontuações na carteira dos motoristas.
Realizado a primeira demonstração numa via de pouco movimento, em maio, as coisas correram mal: os dados coletados não chegavam aos computadores centrais. O que, em tese, já aconselharia a prefeitura a buscar uma outra tecnologia para evitar o duvidoso gasto dos R$ 27 milhões previstos no edital.
Ao invés disso ou ao invés de convocar sucessivamente as empresas classificadas nas posições seguintes a prefeitura decidiu dar uma segunda chance à mesma empresa. Desta vez chamou o Tecpar para acompanhar os testes, que serão realizados na manhã de hoje uma espécie de "segunda época" que os juristas do ramo administrativista dizem não estar prevista na Lei das Licitações.
Em fevereiro passado, contra o sistema e contra a classificação do consórcio ganhador representações deram entrada nos tribunal de Contas e de Justiça, os quais, em decisões liminares, determinaram a suspensão da concorrência. Além da tecnologia inapropriada, os queixosos referiam-se a um suposto direcionamento do edital para beneficiar o consórcio Iessa/Velsis. Obtido o prosseguimento da concorrência, foi então realizado o primeiro teste do sistema, resultando em sua desaprovação.
Enquanto isso, desde março de 2011, a prefeitura mantém em dia o aluguel dos equipamentos e continua usando serviços da Consilux a mesma empresa que, há 16 meses, teve o contrato rescindido após denúncias no "Fantástico" de que manipulava dados e anulava registros de infrações de trânsito.



