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Pragmático operador político, o deputado federal Ricardo Barros (PP) sabe como poucos antever e montar cenários que favoreçam o clã familiar que lidera. Com a devida antecedência, vai amarrando as pontas da meada para, ao final, se tudo der certo, acontecer o que ele almeja. Seu horizonte mais longínquo está fixado na eleição da mulher, a vice-governadora Cida Borghetti, para suceder o governador Beto Richa na eleição de 2018, mas ele também se mexe desde já para derrubar potenciais adversários e conquistar prefeituras importantes.

O primeiro passo, tomado há algumas semanas, foi trazer Cida Borghetti de volta ao PP após curta temporada como líder do inexpressivo Pros no Paraná. Será representando o PP, portanto, que Cida governará o Paraná após a renúncia de Richa para se candidatar ao Senado, nos seis meses que antecederão o pleito e nos três meses finais do mandato.

A já então governadora Cida Borghetti deverá se lançar à reeleição na cabeça de uma chapa que terá como candidato a senador pelo PSDB o próprio Richa. Neste ponto o deputado Ricardo Barros lança uma pergunta fatal cuja resposta óbvia sugere que ela competirá a partir de um cacife não desprezível: qual candidato a senador não quer ser apoiado pelo governador?

Ele próprio responde que a recíproca, portanto, será inevitável: Cida sairá candidata com aprovação e apoio de Richa e em aliança com o PSDB.

Logo, a seguir o raciocínio de Barros, estreitam-se as chances de o secretário Ratinho Jr. – que está de mudança do PSC para o PSD – ter sucesso em viabilizar qualquer das duas alternativas de eleição majoritária com que sonha em 2018. Ou seja, fica difícil para ele candidatar-se a governador (sua preferência) ou a uma das duas vagas para o Senado. Embora pertença aos quadros do atual governo, Ratinho, além de não poder contar com o apoio de Richa, terá dificuldades para formar uma boa e ampla frente partidária.

Ambas as alternativas estarão congestionadas por nomes fortes na política paranaense. Para o governo, a própria Cida, que concorrerá contra o ex-senador Osmar Dias, do PDT. Para o Senado, além de Richa, estará também na competição o senador Roberto Requião, do PMDB.

O deputado Ricardo Barros não esquece providências para conquistar colégios eleitorais expressivos nas eleições municipais deste ano. Em Maringá, aposta no irmão, o ex-prefeito Silvio Barros, atual secretário estadual do Planejamento, que já se despediu do PHS para, possivelmente, concorrer pelo PMDB.

Londrina, segundo maior eleitorado do estado, está também no centro do radar. Seu candidato é o pepista Marcelo Belinati, herdeiro da popularidade que fez de seu tio, Antonio Belinati, ser prefeito três vezes e deputado por vários mandatos. Enfrentará o atual prefeito Alexandre Kireeff, atualmente no PSD mas, provavelmente, já com um pé no PV do senador Alvaro Dias.

O círculo montado por Barros se fecha com sua própria candidatura à reeleição para a Câmara Federal e da filha Maria Victória para a Assembleia Legislativa.

olho vivo

Sinais de afago

Depois da moda de distribuir verbas para asfaltar ruas ou pedras irregulares para estradas vicinais, o governador Beto Richa agora afaga os prefeitos do interior com placas de sinalização de trânsito. Com os cofres do Detran abarrotados e antes que acabe o prazo em que é possível firmar convênios em ano eleitoral (termina em abril), dá-lhe placas. Ontem, 47 prefeitos de pequenas cidades do interior receberam esses brindes. A maioria dos municípios nem conta com engenheiros de trânsito ou urbanistas que possam assinar projetos locais de sinalização.

Nervosismo

Reina algum nervosismo pré-eleitoral no Ministério Público Estadual. Promotores e procuradores deverão votar, neste mês de março, para a escolha da lista de nomes dentre os quais será escolhido o sucessor de Gilberto Giacoia como procurador-geral de Justiça. Há facções em luta.

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