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A briga pública entre o presidente estadual do DEM, deputado federal Abelardo Lu­­­pion, e o deputado federal Alceni Guerra obrigou o presidente nacional do partido a definir claramente o que pensa a alta direção a respeito da sucessão no Paraná. Entre os dois fogos ateados por Lupion e Alceni, o primeiro defendendo apoio a Osmar Dias e o segundo a Beto Richa, Rodrigo Maia chegou a uma solução de aparência salamônica, mas não tanto.

Em entrevista, ontem, à BandNews, Maia disse que o mais importante, agora, não é saber que candidato – se Beto ou Osmar – o DEM deverá apoiar. Mais importante é o projeto de derrotar o PT e o PMDB no Paraná e montar o melhor palanque possível para o candidato a presidente. "Este deve ser o objetivo principal do PSDB, dos Democratas e do PPS", disse com todas as letras o deputado Rodrigo Maia.

Ele define o que seria o melhor palanque: é aquele que reúna toda a oposição, agregando aí o senador Osmar Dias. "É isso que eu defendo e que tenho conversado com o senador Sérgio Guerra (presidente do PSDB). É fundamental, assim pensa o Democratas e o PSDB nacional, que o Osmar Dias esteja conosco."

Maia prosseguiu o raciocínio, descambando para o lado de Abelardo Lupion e deixando Alceni pendurado no pincel. Disse ele:

- "É importante que o PSDB entenda que, se a prioridade é o projeto nacional, o PSDB vai ter de avaliar a possibilidade de abrir mão de alguns projetos locais. E eu avalio que o Paraná poderá ser um deles."

- "Seria muito ruim para o projeto nacional se o Osmar Dias fosse o candidato do PT no Paraná. Então, nós temos a obrigação de mostrar ao senador que ele tem, de fato, a condição de ser o nosso candidato. E eu acredito que é assim também que pensa o PSDB nacional."

A tradução do que, de maneira até não muito diplomática, Rodrigo Maia afirmou é mais ou menos a seguinte: se o PSDB paranaense abdicar do lançamento de Beto Richa, trouxer Osmar Dias de volta e apoiar sua candidatura ao governo, dois coelhos serão mortos com uma só cajadada: 1.º) o PT e Dilma Rousseff perdem o tal palanque forte no estado porque o senador não será candidato nem do PT nem do PMDB e, 2.º) com a restauração da aliança oposicionista, não só a eleição de Osmar estaria garantida como, principalmente, seu candidato a presidente (Serra ou Aécio) teria maior votação.

Quando a entrevista do presidente Democrata foi ao ar, já corria entre os deputados estaduais da legenda uma moção de apoio da bancada a Beto Richa, articulada por Alceni Guerra e assessores políticos do prefeito. Quatro dos seus cinco parlamentares assinaram o manifesto: Nelson Justus, Durval Amaral, Plauto Miró e Osmar Bertoldi. A exceção foi Élio Rusch, líder da oposição, que defende posição idêntica a do presidente Rodrigo Maia: prefere continuar trabalhando para trazer Osmar Dias de volta para só depois, quando chegar o momento, discutir a escolha do candidato mais viável para o governo estadual.

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Olho vivo

Mais aula 1

A carga máxima semanal de aulas na rede pública é de 25 horas. Durante esse período, os alunos devem aprender Português, Matemática, Ciências e todas aquelas disciplinas tradicionais. Acontece, porém, que volta e meia entra uma disciplina nova, mas o limite continua o mesmo: 25 horas semanais. Logo, as escolas não têm alternativa senão diminuir o número de aulas das matérias principais para incluir as novas.

Mais aula 2

A essencial disciplina de Português, por exemplo, é uma das prejudicadas – o que, aliás, pode explicar os baixos índices de leitura e a dificuldade dos alunos em escrever corretamente. O deputado Durval Amaral percebeu o paradoxo e vai propor, na semana que vem, uma emenda à Constituição estadual elevando de 25 para 28 horas a carga horária semanal na rede pública. Ficam as matérias novas, mas as tradicionais voltam a ter aulas em número compatível.

Recibo

Muito embora tenha sido vítima de uma "pegadinha" – que ele atribui à malvadeza de algum colega – o deputado Antonio Belinati não deixará de ler e-mails, todos os dias, na tribuna. Foi o que prometeu ontem, entre sorrisos do plenário, ao se referir ao fato de que, no dia anterior, tinha lido e-mail de um pesquisador fictício que teria descoberto uma droga capaz de inibir o desejo sexual de "tarados, pedófilos e estupradores".

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