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Celso Nascimento

O sr. Silvino, história que se repete, e muitas dúvidas

29 de junho de 2006. Nessa data, o PSDB estadual realizava a histórica convenção pela qual o partido apoiaria a reeleição de Requião para o governo e, em troca, ganharia a posição de vice-governador na pessoa do então deputado tucano Hermas Brandão. A proposta foi aprovada por uma diferença de apenas quatro votos.

O resultado poderia ser um pouquinho diferente se um dos convencionais não estivesse ausente: era o senador Alvaro Dias, que viajara às pressas para Maringá, em companhia do irmão Osmar, para o velório do pai, Silvino Dias.

Cinco dias depois, a convenção foi anulada por ato do então presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati, por achar absurda a coligação com o PMDB de Requião. A partir daí, o PSDB entrou na numerosa aliança de apoio a Osmar Dias, do PDT, derrotado depois por 10 mil votos por Requião.

A história parece se repetir. Na segunda-feira, dia 22, o PSDB realiza reunião para "oficializar o nome do pré-candidato ao governo do estado", conforme o convite que o partido distribuiu a filiados e amigos. Não se trata de convocação, que teria de seguir o rito determinado pela legislação – publicação de edital em jornais, prazos etc. – mas de simples reunião, talvez festiva, no Hotel Bourbon.

De novo, Alvaro Dias não estará presente por "culpa", entre outras razões, do falecido pai. É que no mesmo dia a prefeitura de Maringá inaugura escola pública que leva o nome de Silvino Dias. E, de novo, terá a companhia do irmão Osmar, outra vez candidato ao governo contra as mesmas forças que enfrentou em 2006 – mas agora sem contar com o PSDB.

Aliás, invertidas as posições, tenta-se agora a ressurreição da coligação que não deu certo em 2006 – isto é, entre PSDB e PMDB. Além de deputados peemedebistas que preferem Beto Richa a Orlando Pessuti, trabalha por esta aliança um dos personagens de quatro anos atrás – o próprio Hermas Brandão, hoje conselheiro do Tribunal de Contas nomeado por Requião em 2007 e, nas horas vagas, conselheiro e articulador político do prefeito-candidato.

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Reina insegurança nos arraiais tucanos para esta reunião de segunda-feira. Embora no convite não sejam citados os nomes dos candidatos que pretendem disputar o governo pelo partido, é tão evidente quanto a claridade do sol que tudo foi preparado para "oficializar" Beto Richa.

Ocorre que esta era ainda – pelo menos até ontem – uma incumbência que foi delegada ao presidenciável tucano José Serra. Caberia a ele, conforme ficou acertado há duas semanas em São Paulo, estudar e definir aquela que, na sua avaliação, seria a candidatura eleitoralmente mais conveniente para a disputa que vai travar com Dilma Rousseff. Ao que se sabe, Serra nada decidiu – e se não decidir até segunda-feira, o PSDB estadual deveria mesmo promover o lançamento de Beto à revelia do presidenciável?

Era esta pergunta que, ontem, atazanava a cabeça de alguns dirigentes tucanos paranaenses. E já havia, até, quem estivesse pensando em cancelar a reunião ou, realizando-a, não oficializar ainda o nome de Beto. Se acontecer isso, será a quarta tentativa fracassada desde o dia 8 passado.

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