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Depois de mais um dia inteiro de indefinições e receios, surgiram ontem à noite sinais mais evidentes de que Osmar Dias será mesmo candidato a governador pela frente formada pelo seu partido, o PDT, com o PMDB e o PT. Um desses sinais é uma entrevista coletiva que o senador deverá conceder hoje à tarde para anunciar sua decisão final e irrevogável. Outro sinal é a mesa de honra que o PDT começou a montar para a convenção estadual que realizará na próxima terça-feira, 30, último dia do calendário eleitoral.

O local no qual a coletiva será realizada acrescenta um condimento na certeza de que Osmar Dias sepultou toda a esperança que o PSDB ainda acalentava, até ontem, de que poderia tê-lo em sua chapa como candidato à reeleição para o Senado. Esse local é o Hotel Bourbon, um cinco estrelas escolhido a dedo para alfinetar o tucanato. Para quem não se lembra, uma explicação: foi no Bourbon que, nos idos de 2008, o senador Osmar Dias e outras testemunhas dizem ter ouvido de Beto Richa a promessa de que não seria candidato ao governo e que o apoiaria incondicionalmente. Como a suposta promessa não foi cumprida, vem agora o simbólico troco.

Quanto à mesa de honra da convenção do dia 30, acertava-se ontem à noite a sua composição. Teriam assento nela para serem fotografados naquele gesto recíproco e coletivo de levantar de mãos, a presidenciável petista Dilma Rousseff, o vice Michel Temer (representando o PMDB), o presidente licenciado do PDT, ministro Carlos Lupi, o governador Orlando Pessuti e a candidata ao Senado, Gleisi Hoffmann (PT), além de um indicado de Pessuti (seria Caíto Quintana?) para ocupar a vice.

Requião

O segundo candidato da chapa ao Senado, o ex-governador Roberto Requião, não sabe se comparecerá. Isolado do processo de definições e dedicado quase exclusivamente a produzir no Twitter mensagens críticas a Pessuti, ao PMDB, a Osmar e ao ministro Paulo Bernardo – um dos articuladores da coalizão –, Requião, embora satisfeito com o resultado, não caberia na foto.

Nessa mesa só faltará o presidente Lula que, em viagem ao Canadá, de lá apenas despachará cumprimentos pela conclusão das negociações nos termos em que ele idealizava desde o ano passado.

Agradecimento a Pessuti

Tratemos estas informações até aqui repassadas ainda como penúltimas, conforme esta coluna – como todo mundo, também can­­sada do vaivém interminável da pré-eleição – sugeriu na edição de ontem. É que ainda pendia uma leve dúvida na cabeça de Osmar Dias, que se perguntava: e se o irmão Alvaro for lançado vice de José Serra? Seria ético, moral, estar do lado oposto? Quais seriam as consequências no âmbito familiar?

Como, porém, o PSDB nacional, até ontem à noite, não havia confirmado nem sinalizado mais fortemente que Alvaro Dias poderia mesmo ser ungido candidato a vice, Osmar sentiu-se liberado para assumir o outro lado. Ao contrário, espera, agora, que Alvaro – embora tucano e teoricamente comprometido com Beto Richa – faça campanha a seu favor.

Osmar chega hoje no início da tarde a Curitiba com um compromisso já agendado: vai direto para o Palácio das Araucárias para um encontro com o governador Or­­­lando Pessuti. Dois assuntos constam da pauta. O principal é o agradecimento que o senador pretende fazer ao governador pelo "gesto de grandeza" de abdicar da própria candidatura em favor da sua. O segundo é arrematar as conversações em torno da escolha do vice – um nome do PMDB – a ser definido por Pessuti.

Quatro nomes foram colocados sobre a mesa. Preferido de Pessuti, o primeiro dos nomes foi o do ex-deputado, ex-secretário e ex-presidente regional do PMDB Renato Adur, que, no entanto, alegou motivos particulares para se recusar a participar da lista. Os três que restaram, pela ordem de chances de emplacar a posição, são os deputado Caíto Quintana, líder do governo na Assembleia, e os deputados federais Marcelo Almeida e Rodrigo Rocha Loures.

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