Pode estar se aproximando com rapidez maior do que a esperada o dia em que o ex-deputado Gustavo Fruet deixará de ser tucano. Único nome eleitoralmente forte do PSDB para disputar a prefeitura de Curitiba, ele está sendo barrado no baile por forças internas e externas do seu partido, favoráveis à reeleição de Luciano Ducci, do PSB.
Até parece que a eleição para a prefeitura de Curitiba será amanhã tal a pressa com que se movimentam o próprio prefeito e seus partidários tucanos. No presente momento, mais do que enfrentar os problemas urbanos (que não são poucos), interessa é criar todas as condições possíveis para tornar irreversível a sua candidatura e, por via de consequência, afastar Gustavo Fruet da concorrência.
Não, a eleição não será amanhã mas em outubro de 2012, portanto dentro de arredondados 18 meses. Mas, então, por que tanta pressa? Simples: porque é preciso garantir que no dia 20 de março próximo o comando do diretório municipal do PSDB continue nas mãos do vereador João Cláudio Derosso. Derosso, interessado em ser o vice da chapa de Luciano, terá então condições de conduzir o partido à aliança com o atual prefeito.
A par dessa providência, buscam-se aliados em outros partidos, tudo de modo a reduzir os espaços de Gustavo, de levá-lo ao canto do ringue e, se possível, também à lona. Embora tais esforços ainda não tenham apresentado resultados palpáveis (o PV, por exemplo, se recusou a assumir compromisso com Luciano, assim como rendeu pouco sua aproximação de Requião), o importante agora é dominar a cena e apagar o concorrente.
Parece claro que Gustavo não tem chances de vencer a eleição da nova Executiva municipal. Os delegados votantes, em sua esmagadora maioria ou são servidores comissionados da prefeitura ou obedientes à orientação de Derosso. Só fortes determinações "de cima" poderiam mudar esse quadro. Beto Richa estaria disposto a contrariar os planos do velho companheiro Luciano Ducci?
Diante dessa situação, restaria a Gustavo Fruet acomodar-se num canto, assumir um cargo qualquer e esperar pelo eventual apoio do grupo vitorioso em nova tentativa de eleger-se senador, em 2014. Ou, o que condiz mais com seu projeto pessoal, acalentado há anos, de se tornar prefeito, rumar para outro partido.
Outro partido que pode até ser bem menor do que o desejável PSDB desde que, porém, lhe abra as portas para formar uma aliança competitiva do ponto de vista eleitoral. Por exemplo, uma "dobradinha" com o PSC do deputado Ratinho Jr., campeão de votos na eleição de 2010: 358 mil em todo o Paraná; quase 100 mil só em Curitiba, conquistados principalmente na periferia.
O desafio é grande. Afinal, Luciano Ducci também não é como diria a plebe de "matar com a unha". Prefeito, tem poder político, tem condições de fazer ainda uma administração vistosa e de resolver o maior de seus problemas o de não ser exatamente um candidato "popular". Este é um dos motivos que o levaram a prometer inundar Curitiba de obras importantes nos próximos meses.



