Se a eleição para prefeito de Curitiba fosse hoje, Gustavo Fruet é quem seria o dono do cargo segundo indicam duas pesquisas divulgadas ontem. Uma, sob encomenda da Gazeta do Povo e realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, dá a vitória para o ex-deputado (ainda tucano) com índices que variam entre 24,6% e 38,2% de acordo com os cinco cenários propostos aos entrevistados. O atual prefeito, Luciano Ducci, que seria o mais provável adversário de Gustavo, aparece com taxas variando entre 12,4% e 16,8%.
A outra, do Ibope, também apontou a vitória de Fruet sobre Ducci por 34% a 23%.
Que significado têm esses números a um ano e meio da eleição? Há muito chão pela frente a ser percorrido por quem pretende se candidatar. Mas as sondagens revelam que a distância entre os dois mais fortes contendores não tão grande quanto se prenunciava antecipa o aprofundamento de um quadro de clara polarização entre Fruet e Gustavo. Os diferentes cenários propostos por ambos os institutos incluem nomes ou de improvável participação direta na disputa eleitoral ou de grande fragilidade para concorrer contra os dois citados.
A senadora Gleisi Hoffmann, por exemplo, foi colocada pelo Paraná Pesquisas num dos cenários. Ficaria em segundo lugar (21%), perdendo para Fruet (24%) mas com o dobro das intenções favoráveis a Luciano Ducci (12%). Entretanto, segundo Gleisi afirma insistentemente, ela não pretende concorrer à prefeitura após ter cumprido menos de dois anos de seu mandato de senadora.
Num outro cenário, sem o nome de Gleisi mas incluído o do deputado Ratinho Jr., Gustavo desponta novamente em primeiro lugar (29%), seguido pelo próprio Ratinho (21%) e deixando Ducci para o terceiro lugar (16%). Não é provável, porém, que Ratinho, um jovem que mal completou 30 anos, abandone a ideia de ser vice de Gustavo para se aventurar numa disputa direta.
Há cenários em que aparecem também Rafael Greca (PMDB), o deputado federal Dr. Rosinha (PT) e os estaduais Tadeu Veneri (PT) e Fabio Camargo (PTB), mas ostentando índices irrisórios que só servem para confirmar a tendência da polarização Ducci-Fruet.
As questões maiores que as duas pesquisas despertam são outras. A primeira delas passa pelo destino partidário de Gustavo Fruet, ainda no PSDB, mas com toda a "pinta" de que não lhe resta alternativa senão procurar outro lugar para pousar, já que o aconchego do ninho tucano (tudo leva a crer) está mesmo reservado para Luciano Ducci, do PSB.
A menos e esta é a outra questão levantada pelas pesquisas que o governador Beto Richa acabe arbitrando em favor de Gustavo Fruet a destinação da vaga de candidato pelo PSDB em razão da preferência popular atestada pelo índices. Não é de se acreditar nessa hipótese, já que todos os seus gestos e palavras são de simpatia por Ducci. Portanto, o que se verá daqui para a frente, possivelmente, será um esforço ainda maior do governador para melhorar a performance do seu escolhido.
E a Gustavo, pressa para definir seu novo partido e para construir aliança tão grande quanto possível.



