A pesquisa Datafolha/ Gazeta do Povo deste fim de semana pode levar o incauto observador a afirmar que nada mudou desde a sondagem anterior do mesmo instituto, de quase um mês atrás. De fato, as variações registradas quanto à intenção de voto foram mínimas; ficaram dentro da margem de erro. Este fato é que leva à impressão de que o quadro permanece igual. Mas, como se verá, não é bem assim.
Justificam os candidatos, principalmente os da rabeira, que mudanças não aconteceram porque a pesquisa, realizada na mesma semana em que se iniciou o horário eleitoral do TRE, não aconteceu a tempo de refletir a influência dos seus programas de rádio e tevê junto ao eleitorado.
Que seja. Mas, como explicar, então, o movimento assustador, muito acima da margem de erro, dos índices de rejeição da maioria dos candidatos? Que fatores pesaram para que, em apenas um mês, a rejeição dos eleitores ao nome de Fabio Camargo tenha crescido de 19% para 26%? Ou a de Gleisi, de 15% para 20%? E, ainda, a de Carlos Moreira, de 10% para 18%?
Quanto mais conhecidos, mais rejeitados ficam
Um mês atrás, diziam os candidatos que os baixos índices de aprovação a seus nomes se deviam ao fato de eles próprios e de suas propostas não serem conhecidas. Pois bem, passados esses quase 30 dias do Datafolha anterior, o nível de conhecimento dos candidatos já deve ser muito maior, concordam? Se já não fosse maior, não haveria razão para que mais eleitores passassem a rejeitá-los.
Sendo assim, é inapelável concluir que eles correm o risco de, quanto mais conhecidos ficarem, mais rejeitados serem!
Daqui para a frente, todos os candidatos minoritários terão duplo trabalho. O primeiro é conquistar eleitores, o segundo é diminuir ou estancar as próprias taxas de rejeição. Para crescer significativamente, é insuficiente tirar votos uns dos outros ou da magra parcela de indecisos. É preciso tirar votos de Beto Richa. É lá que sobram votos.
Nesse caso, pode dar frutos uma campanha de desgaste da imagem do atual prefeito. Ou não. Por que não? Porque nasce neste ponto um sério dilema: há forte risco de uma estratégia de ataques aumentar ainda mais a rejeição aos já rejeitados.
Vozes do Paraná, segundo Aroldo
O dono do poderoso grupo educacional Facinter, Wilson Picler, consertava chuveiros para sobreviver enquanto estudava no Cefet. O deputado Luiz Carlos Martins começou a vida como garçom e entregador de marmitas. O cardiologista Mário Maranhão, enquanto estudava Medicina, foi também repórter: entrevistou Jânio Quadros paramentado de médico. A ex-primeira dama Fany Lerner era balconista na loja da mãe. Essas são apenas algumas das saborosas curiosidades reunidas pelo jornalista Aroldo Murá para o livro Vozes do Paraná Retratos de paranaenses, que autografa hoje a partir das 7 da noite no Palacete dos Leão. A obra, com 272 páginas de texto impecável e ilustrações, reúne perfis biográficos de 32 personagens que fazem história no estado.



